As pesquisas são determinantes ao longo de uma campanha eleitoral. Estão cada vez mais sofisticadas e precisas, indicando tendências, corrigindo rumos, aferindo o que pensa o cidadão não apenas acerca dos candidatos, mas sobre quase tudo, de qualidade de vida à preferência sobre religião, por exemplo. São registradas e acompanhadas pela Justiça Eleitoral. Contudo, no período que antecede uma eleição, os institutos também realizam pesquisas. Não têm caráter oficial e não podem ser divulgadas, mas são reveladoras das expectativas da sociedade em relação a temas específicos. Recentemente, numa delas, inquiriu-se sobre o que preocupa os alagoanos. Saúde e segurança estão na lista, mas a busca por emprego emerge de forma preponderante.
E o por quê disso? Um compositor, Luiz Gonzaga Jr., exprimiu esse sentimento com justeza em versos: “um homem se humilha se castram seu sonho/ Seu sonho é sua vida e vida é trabalho/ E sem o seu trabalho, o homem não tem honra/ E sem a sua honra, se morre, se mata/ Não dá pra ser feliz”. Há muitos morrendo e matando por estarem fora do mercado de trabalho. Talvez seja essa a raiz da violência e da criminalidade. Ofereça a um homem a chance de mudar de vida, dê-lhe um trabalho e um cidadão surgirá disposto a agarrar com força a oportunidade de se redimir. Faça o mesmo com um jovem e observe o sorriso no rosto e o brilho nos olhos; uma vida se descortina e a felicidade não será apenas um sonho.
Temos vivenciado essa emoção em várias cidades de Alagoas. Em Paripueira, com empenho do prefeito Abrhão Moura; em Cajueiro, com apoio do prefeito Palmery Neto; em Limoeiro de Anadia, com esforço do prefeito Marlan Ferreira; e em Santana de Ipanema, graças à simpatia da prefeita Renilde Bulhões, fizemos a abertura do Projovem Trabalhador, programa de qualificação do Ministério do Trabalho e Emprego, que até o final do ano vai atender 10 mil pessoas. É destinado a jovens de 18 a 29 anos e utiliza a metodologia dos arcos ocupacionais que vem sendo empregada pelo governo federal. Os arcos ocupacionais abrangem as esferas da produção e da circulação (indústria, comércio e prestação de serviços). Durante seis meses os jovens receberão qualificação social e profissional e terão direito a uma bolsa de cem reais mensais. Pelo acordo firmado com as prefeituras e por exigência do MTE, 30% dos participantes deverão estar inseridos no mercado de trabalho ao término da profissional.
Num Estado onde a sociedade clama por emprego, o Projovem Trabalhador vem em hora oportuna. Como assessor especial do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, temos acompanhado a implantação do programa este ano em Alagoas e constatado que a juventude está ávida por um emprego e disposta a participar da construção de uma nova sociedade. Como disse Gonzaguinha, vida é trabalho, e o trabalho pode ser a redenção de muitos que até então não vislumbravam um futuro.
O programa vai chegar a outras cidades de Alagoas. Serão perto de 10 mil jovens qualificados no Estado, com a perspectiva de 30% estarem empregados em aproximadamente seis meses. Antes da comprovação da pesquisa, o MTE e a Superintendência do Trabalho no Estado, comandada por Heth César Bismarck. já vinham mantendo contatos com prefeituras com o objetivo de fazer do Projovem um êxito em nossa região. O esforço valeu a pena. Os jovens alagoanos podem dizer que “já dá pra ser feliz”.
*É engenheiro e ex-governador de Alagoas
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