quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pedro Simon
"O antigo Collor ressuscitou"
Na tarde da última segunda feira, 3 de agosto, o Senado amargou duelos que reivindicaram não somente adjetivos e perdigotos. A história, em suas múltiplas lâminas e versões, também foi convocada no tiroteio retórico que assombraria o romancista Machado de Assis, cronista do Velho Senado.
Da tribuna, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) ignorou a orientação de seu partido e pediu a renúncia do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), tragado por denúncias de cunho político-familiar. Simon entende que a renúncia será "um grande gesto". Mas, referindo-se ao desembarque do peemedebista Renan Calheiros do governo Fernando Collor, invocou o próprio fastasma alagoano, sentado à sua frente.
No primeiro discurso digno de notas taquigráficas mais acaloradas, desde o retorno à vida política, Collor (PTB-AL) revidou as críticas veladas e atacou Pedro Simon, relembrando as velhas nuances faciais do candidato de 1989:
- Suas palavras em relação a mim e a minha relação política são palavras que eu não aceito, palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como julgar conveniente.
Ainda em fase de digestão, o senador Pedro Simon conversou com o portal Terra Magazine e fez um diagnóstico arqueológico:

- É o antigo Collor que ressuscitou. Parecia tão diferente... E reviveu...

Collor, ex-inimigo de Sarney e de Lula, entrou na linha de frente da defesa do presidente do Senado e ameaçou contar histórias de Simon. "Eu disse a ele: conta. Por que não conta?... Teve a oportunidade. Não tenho a mínima ideia dessas histórias", desfaz o senador gaúcho. Para Simon, o futuro de Sarney depende do comportamento da imprensa brasileira.
- Eu digo que o Senado vai agir se a imprensa mantiver esse debate no ar.
Acusado por Renan Calheiros de guardar uma mágoa de não ter sido vice de Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, em lugar de Sarney, Pedro Simon desmente o relato. Embora reconheça o papel do ex-presidente na transição democrática, afirma que vetou "por corrupção" o nome de Sarney na chapa com Tancredo. À época, representava os peemedebistas gaúchos.
- O Rio Grande do Sul vetou. Lá no hospital, quando os médicos informaram que o Tancredo ia fazer a cirurgia naquele momento e o general Leônidas (Pires Gonçalves) disse que seria o Sarney, eu ia começar a falar e o dr. Ulysses (Guimarães) não deixou.
FONTE: PORTAL TERRA

Nenhum comentário:

Em defesa do Sistema S O Brasil inteiro, (principalmente aqueles setores que produzem, formam e criam milhões de oportunidades de ...