sexta-feira, 13 de abril de 2012

“Para refletir: Os homens haverão de aprender que a política não é a moral e que se ocupa apenas do que é oportuno. (Henry Thoreau)

Segurança responsável

O Conselho Estadual de Segurança Pública teve esta semana não apenas uma reunião produtiva, mas também de respostas à sociedade alagoana. Mandou retirar a segurança militar à disposição de dois deputados que se dizem “ameaçados de morte” quando na verdade tudo não passa de encenação. Não aceitou a irresponsabilidade cometida pelo chefe do Gabinete Militar da Assembléia, mandando a Corregedoria da Polícia apurar o lamentável episódio em que ao ser flagrada  por uma blitz do Batalhão de Trânsito com várias irregularidades em seu automóvel e com motorista inabilitado a deputada Thaise  Guedes , foi “socorrida” tendo sido liberada mesmo com graves infrações legais.

Na mesma reunião o Conselho de Segurança, sob a presidência do advogado Paulo Breda, voltou a criticar a inutilidade, ilegalidade e imoralidade dos “gabinetes militares” em órgãos como a Assembléia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e outras instituições onde estão lotados grande número de oficiais e soldados da Polícia Militar atuando como “serventes de luxo” , desempenhando funções burocráticas ou como  boys e recepcionistas ou servindo à segurança pessoais para as  “excelências”.  Na verdade esses policiais deveriam estar nas ruas cuidando da segurança da população, nos quartéis cumprindo suas missões legais, mas pela omissão de alguns e abuso de muitos estão nos luxuosos palácios e nos acarpetados gabinetes da inutilidade. Ponto para o Conselho de Segurança.

Quando o melhor não é

Respeitável e acreditada instituição acaba de premiar vários prefeitos alagoanos que foram agraciados com “certificado de qualidade” em solenidade que contou com a presença das mais altas autoridades. Louvável a idéia de homenagear o trabalho empreendedor dos administradores, porém o lamentável é que vários dos agraciados nada têm a comemorar diante da população de seus municípios e do cumprimento de obrigações legais e morais estabelecidas em lei e na Constituição Federal. Pendentes diante dos órgãos de fiscalização externa e no Ministério Público. Um merecimento duvidoso.

Os descaminhos de Almeida

Quando prefeito Cícero Almeida irresponsavelmente tentou “politizar” o bloqueio de seus bens pelo Judiciário e a Ação de Improbidade movida pelo promotor Marcus Rômulo enveredou pelo caminho mais inadequado que poderia escolher. Enrolado mais que bobina, pessimamente assessorado, egocêntrico  e em total desequilíbrio emocional, sem respostas às acusações gravíssimas que lhes são imputadas, com certeza não foi “aconselhado por Deus” para proferir tantos impropérios. A ação impetrada pelo promotor Marcus Rômulo é fruto de quatro anos de investigação minuciosa, detalhada e criteriosa. Poderia ter sido denunciado em menos tempo pelas provas contundentes do processo, mas o promotor autor da ação, um dos mais respeitados quadros do Ministério Público, é desses que “mata a cobra e mostra o cacete”. É um profissional exemplar para o qual jamais passaria  qualquer ingerência interna ou externa em confronto com os seus princípios. Por isso mesmo recebeu de pronto a solidariedade da Associação do Ministério Público contra as sandices saídas da boca do prefeito. Solidariedade ecoada em toda a sociedade alagoana que conhece a história do promotor.

O senhor Cícero Almeida precisa sim contestar efetivamente as graves acusações contidas no processo de improbidade, mas com argumentos e provas, o que já se considera praticamente impossível. Arcar com o ônus que porventura a ele seja atribuído e talvez quem sabe...cumprir a pena que a Justiça lhe aplicará.

Todo mundo com medo

As relações entre parlamentares e o empresário Carlinhos Cachoeira devem ser investigadas por uma CPI mista. A expectativa é de que a instalação da comissão, com membros do Senado e da Câmara, ocorra até a próxima semana. O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), acrescentou que, além das questões relativas à Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira, a comissão vai investigar o envolvimento de agentes públicos e privados com outras atividades ilegais. E ai é que mora o perigo. Setores do governo e da própria oposição estão temendo pelos  “tentáculos”  que poderão surgir durante a CPI e carregar muita gente graúda para o meio da confusão.

“Se for a fundo nas apurações não sobra nem o Judiciário, onde Carlinhos Cachoeira tem “negócios” inconfessáveis”. Me prenunciava um colega jornalista de Brasília.

Vaga no TC: a novela

Na próxima semana novos capítulos do caso para preenchimento da vaga do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas estarão em pauta com toda certeza depois do oficio encaminhado pelo governador reafirmando a indicação do conselheiro Otávio Lessa pelo Executivo. Se a tese for aceita então a vaga será mesmo da Assembléia Legislativa. Resta ai uma pergunta: o deputado Fernando Toledo vai topar “concorrer” com notórios especialistas do direito que se habilitaram ao cargo? Se concorrer ganha, pois assim já decidiram os deputados estaduais.

Secretário pendurado

Informações bastante concretas dão conta de que tem secretário estadual em processo de “fritura” e logo haverá uma cobiçada vaga. O cargo é de indicação de um parlamentar que não anda nada satisfeito com seu “afilhado”, como insatisfeitos não andam vários setores do governo. O assunto já teria sido levado ao governador que deu sinal verde para que a mudança seja efetuada e um nome já está sendo buscado. Quem se habilita?

As nossas vergonhas

Mais uma vez Alagoas fica em exposição ao ridículo nacional por culpa de nossos políticos. Depois do vexame da Assembléia com a presença do programa de televisão CQC agora foi a vez da Câmara Municipal de Maceió. Com exceção da vereadora Heloisa Helena que sentada em sua  ética mostrou-se positivamente condenando as práticas espúrias, os demais mostraram o sue são: uma vergonha porá todos nós.



PÉ DE PÁGINA

Conhecido político alagoano vai pagar caro por seu pouco caso com o moral e o legal. Parte de sua vida investigada já  mostra crimes tenebrosos cometidos contra o dinheiro público inclusive com compra de imóveis fora de Maceió e transações suspeitíssimas em nome de laranjas comprovados em rigorosa operação. A bomba vai explodir logo. Vão ser devastadoras as revelações.

Os juízes Gustavo Souza Lima, Carlos Aley, Alexandre Machado, André Avancini e Manoel Cavalcante também foram chamados de “mentirosos” pelo prefeito Cícero Almeida. Diferente da AMPAL a ALMAGIS não prestou nenhuma solidariedade aos magistrados atingidos pelos impropérios ensandecidos.

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