sábado, 4 de agosto de 2012


Para refletir: De que adianta apregoar “experiência” quando esta é voltada para atos de improbidade, formação de quadrilha, fraudes em licitações e desvio de dinheiro público?


Lessa e o carma da impugnação

 Começou bem mais cedo para o candidato o “inferno astral” da síndrome que tem lhe perseguido nas últimas eleições. O juiz Erick Costa Oliveira, um zeloso e eficiente magistrado antecipou o que todos esperavam acontecer quando do julgamento da ação impetrada pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) acusando Lessa de “Ficha Suja”. Sua candidatura foi impugnada por uma ação que poucos conheciam movida pelo Ministério Público Eleitoral decorrente de um débito fiscal não quitado no prazo. A bem elaborada decisão mostra claramente que o candidato afrontou a lei e como sempre quis estar acima desta em seu “pedestal” de arrogância e desprezo pelo legal e pelo moral. Tanto o procurador autor da ação como o magistrado se calcaram em fatos reais e em evidências incontestáveis cujos argumentos de defesa dificilmente irão prosperar.

Quanto à outra ação que coloca o candidato como “ficha suja” lhe cabendo mais um impedimento para concorrer a eleição de prefeito tenho ouvido de operadores do Direito, especialistas e até do presidente afastado do TRE, desembargador Orlando Manso que a decisão será condenatória.

Como em outras eleições o candidato vai recursar a instâncias superiores praticamente sem chances de sucesso. Independente de futuros julgamentos passa a transitar na passarela das eleições levando nas costas a marca do candidato impugnado.

Todo mundo sabe que o eleitor não gosta de votar em candidato cujo mandato esteja ameaçado judicialmente e com claras possibilidades de condenação definitiva. Ninguém quer perder seu voto.

É de livre arbítrio o senhor Lessa usar do “Jus Esperniandi”. Seus seguidores já começam a culpar os adversários por suas derrotas judiciais. Mas convenhamos, nenhum partido político ou candidato tentou até agora impugnar sua candidatura. No primeiro caso foi o próprio Ministério Público, guardião da sociedade e dos princípios constitucionais, que o denunciou. No segundo um movimento apartidário que tem como foco o combate implacável a corrupção no processo eleitoral. Uma coisa é certa: o candidato segue em campanha mas com a espada de Justiça e o carma da dúvida da impugnação ameaçando  sua candidatura.

Um país de vigaristas

Jamais se viu nação tão corrompida como a nossa. Em qualquer atividade prevalecem os vigaristas. Dos grandes, daqueles que enviaram 520 bilhões de dólares para os paraísos fiscais, até os pequenos, os que roubam no peso do pão ou os que vendem o voto por um par de chinelos.

Por força de um poder público deteriorado desde o Descobrimento, formamos uma sociedade cruel, que de algumas décadas para cá apodreceu. Vence quem pode tirar vantagem em tudo, aliás, uma injustiça para com o grande craque do passado, que em campo jamais deixou de dar o máximo de seus esforços.

É essa a realidade com que nos defrontamos. Quem pode burla o fisco, sabendo não ficarem atrás os coletores de impostos. Os encarregados de fazer leis procuram primeiro saber onde e como elas irão beneficiá-los. Aqueles que apelam para a ilusão de uma outra vida distorcem a fé para locupletar-se nesta vida mesmo. Dos julgadores, nem haverá que falar, boa parte empenhada tanto na venda de sentenças quanto no aumento de suas remunerações. (Carlos Chagas/Tribuna da Imprensa/RJ.

Chapão já pensa em plano B

Na visão analítica do jornalista Ricardo Mota (Site Tudo na Hora) e nas conversas  e encontros políticos da cidade começa a circular com mais força a estratégia de um “plano b”  nos intestinos do Chapão para substituir o nome do candidato a prefeito diante das dificuldades que enfrentará Ronaldo  Lessa para manter sua candidatura.

O próprio senador Renan Calheiros, líder maior e gestor do grupo, já teria tomado providencias no sentido de manter conversas e apontar direções de emergências para assegurar unidade e participação na disputa.

Embora seja o sonho do prefeito Cícero Almeida o nome do atual candidato a vice, Mosart Amaral, tem veto unânime.

Esta semana aconteceram reuniões em Brasília e em Maceió e vão prosseguir no final de semana.

Os outros buracos

O secretário de infra-estrutura Marcos Fireman não deixou por menos os ataques grosseiros e mal educados do candidato Ronaldo Lessa contra o governador Teotônio Vilela, ao chamá-lo de “cara de buraco” em um evento de campanha. – “Primeiro o governador não é candidato a nada e foi eleito pela maioria dos alagoanos numa disputa com o próprio Lessa. Um  outro ponto é que ele não tem autoridade para falar sobre este assunto, pois buraco foi no que ele deixou nas ruas de Maceió e nas contas públicas”.  A resposta foi na medida da afirmação leviana. É assim que se faz.

Enganados pela Net

Um conselho de amigo se você vai contratar um serviço de internet ou TV por assinatura corra rápido da empresa Net. Eles prometem tudo para lhe vender pacotes caros, prestam um péssimo serviço, não dão nenhuma  assistência ao cliente, têm um atendimento deficiente e as interrupções são de irritar qualquer um. O atendimento por telefone é um suplício, nunca resolvem nada e depois tentam agendar um técnico com prazo de três dias. Maceió precisa receber empresas de qualidade para desbancar essa tal de Net que tudo promete e nada faz. Até parece  político.

O futuro nas mãos do Supremo

Começou o julgamento do Mensalão. Com todo o respeito, jamais um julgamento igual aos outros, como disse o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto. Porque o processo dos mensaleiros  poderá exprimir  um divisor de águas. Uma encruzilhada onde, seguindo por um lado, a mais alta corte de justiça estará decretando o começo do fim da impunidade. Optando pelo caminho oposto, comprovará sermos mesmo uma nação corrompida, realidade da qual não tem escapado nem  escaparão nossas instituições maiores.Não se trata de condenar todos os 38 réus. Nem de absolvê-los por inteiro. Haverá gradações de culpabilidade ou até de inocência. O importante será o Supremo reconhecer que  crimes individuais praticados em conjunto  transformam o Estado em instrumento a serviço da corrupção.

O fundamental no julgamento será o reconhecimento, ou não, de ter havido mais uma quebra, talvez a definitiva, dos valores que deveriam pautar as relações humanas. A prova de nos constituirmos num país em decomposição.

A decisão, assim, repousa nos onze ministros encarregados de definir o mensalão: apenas um processo a mais para punir ou livrar bandidos ávidos de enriquecer, governantes sem escrúpulo, partidos políticos sequiosos de manter o poder a qualquer custo, banqueiros interessados em receber favores e representantes do povo que nada representam.

Se o Supremo julgar individualmente os réus, condenando ou absolvendo cada um, terá realmente promovido um julgamento igual aos outros, onde cidadãos serão acusados de  cumprir ordens superiores ou   manipular  recursos para o caixa dois de anteriores campanhas eleitorais

No reverso da medalha, se os doutos integrantes do tribunal, acima e além da imprescindível apreciação de cada caso,  conseguirem identificar,  denunciar e punir  algo muito mais grave  na ação do  conjunto, grande passo estará sendo dado na luta contra a impunidade. Precisam entoar  um  grito de “basta!”  Numa palavra, importa  reconhecerem  a participação de todos os atuais  réus  numa prática tornada rotina entre nós, no caso,  o estupro da lei, da ética e dos  costumes que deveriam reger uma sociedade sadia.  Está o futuro nas mãos do Supremo.

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