sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Imprensa: essa vilã e seus bandidos



Para refletir: “A mídia passou a ser uma inimiga do Congresso, uma inimiga das instituições representativas” (José Sarney)

O ex-presidente Lula não gosta da imprensa, como também os ex-ministros José Dirceu. Antonio Palocci, Wagner Rossi, Alfredo Nascimento, Pedro Novais e agora o recém demitido Orlando Silva. Os “petralhas” que foram apanhados com dólares escondidos na cueca, os marginais réus do mensalão e uma corja de políticos acusados com provas robustas de atos de corrupção também detestam a imprensa e os jornalistas.

Lula em seu governo foi conivente com a corrupção e não deu bolas para o aparelhamento imoral do seu partido e aliados, permitindo desde abusos com cartões corporativos sendo usados para gastos pessoais e despesas de “madames” até a mais execrável corrupção em órgãos do governo. Na mais descarada hipocrisia dizia “não saber, não conhecer” e queria que a imprensa também calasse.

Em dez meses de governo Dilma Rousseff cinco ministros são afastados por denúncias de corrupção. Todos os seus casos escabrosos descobertos pela imprensa e escancarados à sociedade que assiste pasma o seu dinheiro escorrer nos esgotos sujos de um governo suspeito. Os cinco ministros atacaram e culparam a imprensa e os jornalistas, mas nenhum conseguiu mostrar provas de inocência.

O poder não gosta da imprensa – apenas é forçado a conviver com ela. Cinicamente, se necessário. Captando com genialidade e crueza esse espírito real, Max Weber aponta em “A política como vocação” o modo como os poderosos o exprimem – “É de mencionar, por exemplo, a circunstância de jornalistas freqüentarem os salões dos poderosos aparentemente em pé de igualdade, vendo-se em geral e mesmo com freqüência adulados, porque temidos, tendo ao mesmo tempo a consciência de que, abandonada a sala, o anfitrião sentir-se-á obrigado a se justificar diante dos demais convidados por haver feito comparecer esses “lixeiros da imprensa”.

Não raro a imprensa exagera. Em muitos casos haverá razões ocultas e obscuras para o exercício de sua atuação, mas acusá-la de criar fatos, não dá para aceitar. Muito menos admitir iniciativas para censurá-la, até com a conivência do Judiciário.

Para grande parte dos políticos brasileiros a imprensa e uma vilã e os jornalistas são bandidos. Por isto corremos o risco de se não formos vigilantes a “marginalidade congressual” tentar estabelecer o controle da mídia, em proteção de suas mazelas. Nas palavras do professor Eugênio Bucci “A instituição imprensa só existe quando a liberdade de expressão tem vigência plena. Seu corpo está nos jornais e nas revistas, nas emissoras de rádio e televisão, nos blogs e no debate público; mas sua alma está na liberdade. A imprensa como instituição é maior – e mais preciosa do que o mero somatório dos veículos. Por isso, quando o poder agride um único veículo, um jornalista, está fazendo sangrar a instituição da imprensa como um todo. Está enfraquecendo todo o sistema democrático. Está atentando contra os direitos fundamentais de cada cidadão”.

O exemplo do delegado

O delegado Denisson Albuquerque sempre foi conhecido como um dos melhores quadros da Policia Civil. Diligente com suas atribuições, um profissional ético e extremamente zeloso no cumprimento da atividade policial. Esta semana deu mais uma lição que deveria servir exemplo no trato com o interesse público. Um jovem de 20 anos dirigindo embriagado foi preso por não pagar a fiança arbitrada em R$ 16.500,00. Caso inédito em Alagoas. – “Não fiz nada diferente do que a lei prevê. Se ele teve dinheiro para beber com os amigos uma tarde inteira e sair dirigindo um carro pondo em risco a vida das pessoas então pode pagar a fiança. Para mim essa história de crime culposo para bêbado ao volante é balela”. É assim que se faz.

Na rota de Heloisa

Seguindo a rota da guerreira combativa Heloisa Helena vários políticos de expressão nacional decidiram não esperar para 2014 e vão se candidatar à Câmara de Vereadores nas próximas eleições a exemplo de Arthur Virgilio (Manaus), Cesar Maia e Fernando Gabeira ( Rio de Janeiro) e também o “coronel” Tasso Jereissati ( Fortaleza). Aqui HH já declarou que não disputa a Prefeitura e mesmo com “nojo” das más companhias vai cumprir o seu papel na Câmara Municipal. A pergunta é: com sua enxurrada de votos quantos levará com ela desta vez?

Supermercado é uma “zona”

O Supermercado Extra aqui instalado para explorar os alagoanos, não tem e nunca teve nenhum respeito ao consumidor. O pior: afronta Ministério Público, Procon e todos os órgãos de fiscalização. Seus “gestores de meia tigela” não estão nem ai. Sábado último, às 9.40 não havia absolutamente um embalador sequer de serviço. Um caos no caixa de idosos, pessoas reclamando, os encarregados dos caixas de mau humor, pois estavam fazendo o serviço de dois e alguns clientes servido de “empregados” embalando suas próprias compras. Por que não fecham logo essa porcaria?

Adriano Soares na defesa

Muito ao seu estilo o secretário de Educação, Adriano Soares, saiu em defesa do colega Luiz Otávio Gomes, alvo de denúncias por adversários do governo cujo objetivo principal é uma “orquestração” para atingir o governador Teotônio Vilela.

Para Adriano Soares “o secretário Luiz Otávio é vitima de uma marcha que tenta desestabilizar o governo. Tem trabalhado duro por Alagoas. Sou testemunha dessa sua contribuição para a modernização do Estado, em um atuação brilhante e correta. Ele é uma das pessoas mais competentes, mais focadas e mais obstinadas com quem já trabalhei. E é uma pessoa séria”.

Ainda segundo ele, há um imenso cinismo de alguns, um imenso oportunismo de outros. “Fico vendo, não sem indignação, a tentativa de linchamento moral de Luiz Otávio Gomes, um dos melhores quadros de Alagoas

PÉ DE PÁGINA

Sobre Aldo Rebelo teria muito a dizer, mas serei curto e grosso: tenho da imagem pública dele a impressão do médico e do monstro. Foi brilhante quando, da bancada de oposição ao governo FHC, presidiu a CPI da CBF, com firmeza e tranquilidade.

Depois, ao chegar ao poder, mudou.

Seu pragmatismo virou a doença senil do comunismo, como o esquerdismo é a doença infantil.

Torçamos para que esteja curado. (Juca Kfouri)

A moda parece secular e agora entra em nova ebulição: a culpa de tudo o que de ruim acontece na política é da imprensa. São os meios de comunicação que inventam mentiras, lançando-se em campanha contra as instituições e seus representantes. (Jornalista Carlos Chagas).

Fernando Collor pensou grande e agiu com visão de estadista quando tratou da questão do acesso a informações oficiais. Os Estados Unidos e países da Europa são exemplos. Mas a maioria “tupiniquim” preferiu votar sem saber.

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