Para refletir: Discordo
de quem afirma que na atual legislatura a Câmara de vereadores de Maceió não
mudou. Mudou sim, só que para muito pior.
Caso Máfia do Lixo: postergar até
quando?
Na semana passada foi o “erro” na pauta do Pleno do Tribunal de Justiça
que motivou o adiamento do julgamento da ‘Máfia do Lixo’. A pífia justificativa dizia que a motivação seria porque na lista dos desembargadores apenas
constava o nome do ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, como réu, omitindo os
outros 15 envolvidos no processo. Burrice, negligência ou intencional
postergação?
Agora em nova sessão também não entrou em pauta pela ausência do
desembargador relator, José Carlos Malta, que também é presidente do TJ. Não
tomei conhecimento da “justificativa” da falta. Amnésia, falta de tempo ou vontade mesmo de não
comparecer?
O Ministério Público tem se mostrado preocupado com a inaceitável
postergação do recebimento da denúncia pelo Judiciário que à toda sociedade faz
entender que não há mesmo vontade em que o julgamento prossiga.
Eu ouvia uma observação de um acreditado e ético integrante do MP:” Se
fosse um ladrão de galinhas já teria sido julgado, condenado e estaria preso.
Mas para condenar alguém que pode pagar as mais caras bancas de advogados do
país, mesmo que seja com dinheiro roubado não é nada fácil. Sempre haverá
motivos para adiar o quanto puder e pode muito”.
Para quem conhece e viu de perto os motivos da acusação é
estarrecedor e a sociedade alagoana
indignada há muito aguarda o desfecho esperado e merecido: o julgamento e a
condenação dos réus. Um minucioso, diligente e robustamente probatório processo
investigatório que culminou com uma irretocável denúncia segundo a qual os acusados teriam desviado cerca de R$ 200 milhões dos cofres
públicos por meio de contratos irregulares firmados entre a Prefeitura de
Maceió e as empresas responsáveis pela
coleta de lixo na capital.
Gostaria que me fosse respondida uma pergunta: até quando o Judiciário
vai se mostrar à sociedade alagoana com esse perfil que recebe o repúdio e a
indignação de todos? Quando poderemos
confiar na Justiça que deveria ser igual para todos e no estrito cumprimento do
dever de defender o interesse público?
Lamento muito pelo que vejo e ouço das pessoas e o descrédito de uma
avassaladora maioria com relação ao Poder Judiciário. Incomoda-me pessoalmente,
pois tenho ligações intimas e afetivas com o Tribunal de Justiça. Tive
oportunidade de conviver de muito perto com vários desembargadores que passaram
pelo plenário daquela Corte. Conheci e aprendi com a sabedoria e a ética de
homens que honravam suas togas e faziam Justiça, na expressão mais ampla da
palavra. Mas fazer o que? O tempo não volta. Era um outro Tribunal, eram outros
os magistrados.
Luiz Otávio é candidato
Mesmo
sabendo de sua resposta, mas diante da insistência da “imprensa factoide” que
por falta de assunto vive de especulação, perguntei ao secretário Luiz Otávio
se ele seria candidato nas próximas eleições e tive a resposta imediata: “Sou
candidato sim. A cuidar de minha vida pessoal e familiar, tocar e ampliar minha
empresa de consultoria empresarial (LOG) para recuperar o tempo do meu
afastamento”. Em minha opinião volta para onde nunca deveria ter saído. Mas
segundo ele mesmo “valeu a experiência”. Não fica no governo a partir de março
e me deu notícias de seus projetos empresariais. É ousado e empreendedor.
Respeitado nacionalmente, possui grande clientes e com certeza com sua volta ao
comando da sua equipe de craques a LOG terá noticias alvissareiras em curto
prazo. No governo deixará sua marca como responsável pelo impulso industrial e
empresarial de Alagoas e ninguém lhe poderá tirar este “troféu”. A política
menor não o atrai e aqui nessa terra se pratica “política de pigmeus”. Mostrou que sabe fazer bem as duas coisas: o
privado e o público, com responsabilidade e competência. A história termina
assim ou recomeça assim: Sua empresa o espera. Sua família clama a sua volta
para um convívio que lhe foi negado durante os últimos anos. De resto só o abraço
caloroso de Alagoas e a “medalha” de honra ao mérito.
Nossa
escola de hoje
Impressiona o número de professores com distúrbios mentais, desanimados,
infelizes e temerosos da agressividade dos alunos (com a Síndrome de Burnout).
Hoje, mal ou bem comparando, há uma similaridade com os antigos instrutores da
Febem, que enfrentavam a cada dia o inferno da “reeducação de infratores”.
O primeiro passo é repensar a estrutura física das escolas, achar uma
alternativa aos arqueológicos quadros negros, criar um ambiente que volte a
dar, desculpe o termo, mais “ tesão” para quem ensina, aprende e frequenta a
escola.
Quem age constrói, quem reage destrói. Sei que a maioria das pessoas tem
ótima índole, mas pecam por serem silenciosas e passivas. De escândalo em
escândalo, nos roubam as verbas da merenda escolar, desviam dinheiro para
equipar a saúde pública, enterram na Suíça o orçamento das moradias e
sanitarismo. E nós não falamos nada. Que direito teremos de reclamar da pocilga
que habitamos?
Geraldo Cajueiro: o reconhecimento
O governador Teotonio Vilela num
gesto de reconhecimento e justiça denominou o trecho da AL/110 que liga os
municipios de Arapiraca e São Sebastião homenageando a extraordinária e
inesquecivel figura de Dr. Geraldo Cavalcante Cajueiro, falecido recentemente,
em ressaltando os relevantes serviços prestados à comunidade arapiraquense.
Cajueiro foi o fundador da primeira Casa de Saúde de Arapiraca, pautou sua vida
pela dedicação e compromisso com a medicina, principalmente para os mais
carentes. Muito querido pelos arapiraquenses teve destacado papel na vida
política e social da região. Por laços familiares convivi com Geraldo Cajueiro
e posso afirmar com toda convicção: foi uma figura humana extraordinária.
Se ouvissem Heloisa Helena
A vereadora Heloisa Helena é
uma exceção não apenas na Câmara
Municipal de Maceió, mas na política em geral. Continuamente preocupada
e envolvida na causa dos mais necessitados se dedica em tempo integral a causas
que envolvam menores , idosos e pessoas em situação de risco. Sou testemunha
que gasta do seu próprio salário para minorar o sofrimento de muitos que o
poder público nem enxerga. Tem projetos da mais alta significação em busca de
soluções para os graves problemas da miséria que é estampada a ceu aberto para que
todos vejam e finjam que não existem. Se os que podem e devem fazer ouvissem um
pouco o que tem a dizer Heloisa Helena com certeza muitos problemas que tiram a
cidadania dos excluidos seriam resolvidos. Uma pena que não queiram ouvir.
O recado
de Marina Silva
Nos últimos anos, o exagero numa disputa política bipolar, em que cada
lado se considera o bem absoluto na luta contra o mal absoluto, contaminou toda
a sociedade brasileira e gerou um ambiente de discórdia no qual a mais simples
divergência é julgada e condenada como uma grave traição. O debate político
tornou-se estéril, pois todos gritam e ninguém escuta.
Qualquer atitude, decisão ou proposta é imediatamente vista como uma
reação emocional, de ataque e defesa. Se alguém tem um projeto, uma ideia, um
questionamento, é porque está atacando um dos lados, “rompeu” com o outro, está
se vingando.
É grave quando essa bipolaridade penetra em serviços e procedimentos que
deveriam ser públicos e isentos e os fazem sucumbir ao antigo preceito
antirrepublicano: aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei. Dessa forma, o regime
democrático é enfraquecido por dentro.
Mas, como diz o poeta, “amanhã há de ser outro dia”. Podemos recuperar a
política como atividade idealista, meio de realizar utopias, ambiente de disputas
leais na busca de novos consensos capazes de unir (sem ter que fundir) os
ideais da nação. (Sábias palavras de Marina Silva)
Assembléia: cada dia mais lama
É de assombrar qualquer um as
descobertas feitas com as investigações do Ministério Público com relação aos
desvios de conduta por membros do Poder Legislativo e não apenas da Mesa
Diretora.
Tenho informação segura de
que no andamento do processo
investigatório pelo menos 23 pessoas compareceram espontaneamente para depor diante dos
promotores encerragedos do caso. Não pediram sigilo de identificação ,
prestaram seus depoimentos e assinaram o termo numa demonstração de que a
cidadania e a iondignação valem bem mais que o medo dos poderosos.
Em um dos depoimentos
identificados, datados e assinados declara um ex- funcionário da Assembléia que
“ recebia um alto salário durante quatro anos e que era obrigado e repassar
noventa por cento para o deputado em cujo gabinete era lotado. E foi além:
citou nominalmente cada um dos servidores do parlamentar que passavam pela
mesma situação. Este não é um caso isolado. A prática era mais ou menos
generalizada na Casa.
A denúncia do Ministério
Público será uma bomba de efeito devastador. As consequências ninguém sabe.
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