domingo, 20 de outubro de 2013


Para refletir: Discordo de quem afirma que na atual legislatura a Câmara de vereadores de Maceió não mudou. Mudou sim, só que para muito pior.

Caso Máfia do Lixo: postergar até quando?


Na semana passada foi o “erro” na pauta do Pleno do Tribunal de Justiça que motivou o adiamento do julgamento da ‘Máfia do Lixo’.  A pífia justificativa dizia que  a motivação seria  porque na lista dos desembargadores apenas constava o nome do ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, como réu, omitindo os outros 15 envolvidos no processo. Burrice, negligência ou intencional postergação?

Agora em nova sessão também não entrou em pauta pela ausência do desembargador relator, José Carlos Malta, que também é presidente do TJ. Não tomei conhecimento da “justificativa” da falta. Amnésia,  falta de tempo ou vontade mesmo de não comparecer?

O Ministério Público tem se mostrado preocupado com a inaceitável postergação do recebimento da denúncia pelo Judiciário que à toda sociedade faz entender que não há mesmo vontade em que o julgamento prossiga.

Eu ouvia uma observação de um acreditado e ético integrante do MP:” Se fosse um ladrão de galinhas já teria sido julgado, condenado e estaria preso. Mas para condenar alguém que pode pagar as mais caras bancas de advogados do país, mesmo que seja com dinheiro roubado não é nada fácil. Sempre haverá motivos para adiar o quanto puder e pode muito”.

Para quem conhece e viu de perto os motivos da acusação é estarrecedor  e a sociedade alagoana indignada há muito aguarda o desfecho esperado e merecido: o julgamento e a condenação dos réus. Um minucioso, diligente e robustamente probatório processo investigatório que culminou com uma irretocável denúncia  segundo a qual os acusados  teriam  desviado cerca de R$ 200 milhões dos cofres públicos por meio de contratos irregulares firmados entre a Prefeitura de Maceió e as empresas  responsáveis pela coleta de lixo na capital.

Gostaria que me fosse respondida uma pergunta: até quando o Judiciário vai se mostrar à sociedade alagoana com esse perfil que recebe o repúdio e a indignação de todos?  Quando poderemos confiar na Justiça que deveria ser igual para todos e no estrito cumprimento do dever de defender o interesse público?

Lamento muito pelo que vejo e ouço das pessoas e o descrédito de uma avassaladora maioria com relação ao Poder Judiciário. Incomoda-me pessoalmente, pois tenho ligações intimas e afetivas com o Tribunal de Justiça. Tive oportunidade de conviver de muito perto com vários desembargadores que passaram pelo plenário daquela Corte. Conheci e aprendi com a sabedoria e a ética de homens que honravam suas togas e faziam Justiça, na expressão mais ampla da palavra. Mas fazer o que? O tempo não volta. Era um outro Tribunal, eram outros os  magistrados.

Luiz Otávio é candidato

Mesmo sabendo de sua resposta, mas diante da insistência da “imprensa factoide” que por falta de assunto vive de especulação, perguntei ao secretário Luiz Otávio se ele seria candidato nas próximas eleições e tive a resposta imediata: “Sou candidato sim. A cuidar de minha vida pessoal e familiar, tocar e ampliar minha empresa de consultoria empresarial (LOG) para recuperar o tempo do meu afastamento”. Em minha opinião volta para onde nunca deveria ter saído. Mas segundo ele mesmo “valeu a experiência”. Não fica no governo a partir de março e me deu notícias de seus projetos empresariais. É ousado e empreendedor. Respeitado nacionalmente, possui grande clientes e com certeza com sua volta ao comando da sua equipe de craques a LOG terá noticias alvissareiras em curto prazo. No governo deixará sua marca como responsável pelo impulso industrial e empresarial de Alagoas e ninguém lhe poderá tirar este “troféu”. A política menor não o atrai e aqui nessa terra se pratica “política de pigmeus”.  Mostrou que sabe fazer bem as duas coisas: o privado e o público, com responsabilidade e competência. A história termina assim ou recomeça assim: Sua empresa o espera. Sua família clama a sua volta para um convívio que lhe foi negado durante os últimos anos. De resto só o abraço caloroso de Alagoas e a “medalha” de honra ao mérito.

Nossa escola de hoje

Impressiona o número de professores com distúrbios mentais, desanimados, infelizes e temerosos da agressividade dos alunos (com a Síndrome de Burnout). Hoje, mal ou bem comparando, há uma similaridade com os antigos instrutores da Febem, que enfrentavam a cada dia o inferno da “reeducação de infratores”.

O primeiro passo é repensar a estrutura física das escolas, achar uma alternativa aos arqueológicos quadros negros, criar um ambiente que volte a dar, desculpe o termo, mais “ tesão” para quem ensina, aprende e frequenta a escola.

Quem age constrói, quem reage destrói. Sei que a maioria das pessoas tem ótima índole, mas pecam por serem silenciosas e passivas. De escândalo em escândalo, nos roubam as verbas da merenda escolar, desviam dinheiro para equipar a saúde pública, enterram na Suíça o orçamento das moradias e sanitarismo. E nós não falamos nada. Que direito teremos de reclamar da pocilga que habitamos?

Geraldo Cajueiro: o reconhecimento

O governador Teotonio Vilela num gesto de reconhecimento e justiça denominou o trecho da AL/110 que liga os municipios de Arapiraca e São Sebastião homenageando a extraordinária e inesquecivel figura de Dr. Geraldo Cavalcante Cajueiro, falecido recentemente, em ressaltando os relevantes serviços prestados à comunidade arapiraquense. Cajueiro foi o fundador da primeira Casa de Saúde de Arapiraca, pautou sua vida pela dedicação e compromisso com a medicina, principalmente para os mais carentes. Muito querido pelos arapiraquenses teve destacado papel na vida política e social da região. Por laços familiares convivi com Geraldo Cajueiro e posso afirmar com toda convicção: foi uma figura humana extraordinária.

Se ouvissem Heloisa Helena

A vereadora Heloisa Helena é uma exceção não apenas na Câmara  Municipal de Maceió, mas na política em geral. Continuamente preocupada e envolvida na causa dos mais necessitados se dedica em tempo integral a causas que envolvam menores , idosos e pessoas em situação de risco. Sou testemunha que gasta do seu próprio salário para minorar o sofrimento de muitos que o poder público nem enxerga. Tem projetos da mais alta significação em busca de soluções para os graves problemas da miséria que é estampada a ceu aberto para que todos vejam e finjam que não existem. Se os que podem e devem fazer ouvissem um pouco o que tem a dizer Heloisa Helena com certeza muitos problemas que tiram a cidadania dos excluidos seriam resolvidos. Uma pena que não queiram ouvir.

O recado de Marina Silva

Nos últimos anos, o exagero numa disputa política bipolar, em que cada lado se considera o bem absoluto na luta contra o mal absoluto, contaminou toda a sociedade brasileira e gerou um ambiente de discórdia no qual a mais simples divergência é julgada e condenada como uma grave traição. O debate político tornou-se estéril, pois todos gritam e ninguém escuta.

Qualquer atitude, decisão ou proposta é imediatamente vista como uma reação emocional, de ataque e defesa. Se alguém tem um projeto, uma ideia, um questionamento, é porque está atacando um dos lados, “rompeu” com o outro, está se vingando.

É grave quando essa bipolaridade penetra em serviços e procedimentos que deveriam ser públicos e isentos e os fazem sucumbir ao antigo preceito antirrepublicano: aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei. Dessa forma, o regime democrático é enfraquecido por dentro.

Mas, como diz o poeta, “amanhã há de ser outro dia”. Podemos recuperar a política como atividade idealista, meio de realizar utopias, ambiente de disputas leais na busca de novos consensos capazes de unir (sem ter que fundir) os ideais da nação. (Sábias palavras de Marina Silva)

Assembléia: cada dia mais lama

É de assombrar qualquer um as descobertas feitas com as investigações do Ministério Público com relação aos desvios de conduta por membros do Poder Legislativo e não apenas da Mesa Diretora.

Tenho informação segura de que  no andamento do processo investigatório pelo menos 23 pessoas compareceram  espontaneamente para depor diante dos promotores encerragedos do caso. Não pediram sigilo de identificação , prestaram seus depoimentos e assinaram o termo numa demonstração de que a cidadania e a iondignação valem bem mais que o medo dos poderosos.

Em um dos depoimentos identificados, datados e assinados declara um ex- funcionário da Assembléia que “ recebia um alto salário durante quatro anos e que era obrigado e repassar noventa por cento para o deputado em cujo gabinete era lotado. E foi além: citou nominalmente cada um dos servidores do parlamentar que passavam pela mesma situação. Este não é um caso isolado. A prática era mais ou menos generalizada  na Casa.

A denúncia do Ministério Público será uma bomba de efeito devastador. As consequências ninguém sabe.





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