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Conflito à vista
Chacina deixa cinco integrantes do MST mortos em Pernambuco

Cinco trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Sem Terra (MST) foram assassinados ontem, no Agreste do estado de Pernambuco. Natalício Gomes da Silva, 36 anos, Juarez Cesário da Silva, 20, um rapaz identificado apenas por Dedé, Olímpio Cosme Gonçalves, e João Pereira da Silva, 39 anos, este último, líder do assentamento Chico Mendes, foram mortos a tiros na chacina. O crime aconteceu na fazenda Garrote, no distrito de São Domingos, município de Brejo da Madre de Deus - distante 164 quilômetros do Recife - no início da noite.Informações repassadas pelo movimento, há cerca de um mês, os sem-terra do assentamento Chico Mendes estavam construindo dez casas de alvenaria. Ontem, enquanto trabalhavam na obra, dois homens chegaram numa moto e anunciaram um assalto. No entanto, nada roubaram e já iniciaram o tiroteio. Quatro homens morreram ainda no local.Outro trabalhador rural, identificado como Erionaldo José da Silva, também foi baleado e socorrido, inicialmente, aoHospital de Santa Cruz do Capibaribe - a 192 quilômetros da capital -, em seguida, foi transferido para o Hospital Regional do Agreste, em Caruaru, onde está internado em estado grave. Olímpio também chegou a ser socorrido, mas morreu na unidade de saúde de Garanhuns. Ao todo, 30 famílias moram no assentamento Chico Mendes, que existe há cerca de três anos.A delegada de plantão de Santa Cruz do Capibaribe, Carmem Lúcia Silva de Andrade, responsável pela regional do Agreste, ficará a cargo das investigações. As diligências iniciaram ainda na noite de ontem.O líder do movimento, Jaime Amorim, afirmou não acreditar no crime por conflitos agrários, no entanto, não quis descartar nenhuma hipótese até que sejam confirmadas as investigações policiais.Memória - Em fevereiro deste ano, dois integrantes do MST foram autuados por homicídio qualificados, acusados de matar quatro seguranças da fazenda Jaboticaba, na cidade de São Joaquim do Monte, Agreste de Pernambuco. A chacina teria sido motivada porque os seguranças tentaram recuperar fotos tiradas pelos trabalhadores rurais, em que as vítimas apareciam armadas.
Fonte: Redação e Diário de Pernambuco
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