O bravo Alencar

Vice-presidente volta ao hospital após ter alta e se submete a nova cirurgia

SÃO PAULO - O cirurgião Raul Cutait afirmou, no Hospital Sírio-Libanês, que o vice-presidente da República, José Alencar, está muito bem após a cirurgia a que foi submetido nesta sexta-feira.
- Ele está muito bem, se comportou muito bem, com todos sinais vitais perfeitos. Mais uma vez ele foi um bravo, um forte - disse.
Segundo o oncologista Paulo Hoff, o político será encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A previsão é de que Alencar fique pelo menos mais cinco ou sete dias no hospital. A intenção da equipe médica é que ele volte a fazer o tratamento experimental em Houston, nos Estados Unidos.
Alencar foi submetido à cirurgia por causa de uma nova obstrução intestinal. Ele havia deixado o hospital ontem depois de ficar internado 15 dias por causa do mesmo problema. No último dia 9, o vice-presidente passou por sua 13ª cirurgia para retirar tumores que obstruiam o intestino.
Alencar passou por uma colostomia, procedimento no qual é instalado uma sonda que é ligada a uma bolsa externa para recolher resíduos do corpo. Segundo Hoff, o problema ocorreu porque tumores localizados na pelve, que não foram retirados na última cirurgia, obstruíram o reto.
A doença
Alencar descobriu que tinha câncer em 1997, quando após um check-up foi encontrado um tumor no rim direito e outro no estômago, retirados naquele mesmo ano. Em 2000, uma nova cirurgia retirou um tumor na próstata. Depois da retirada de outros nódulos, agora no abdome, Alencar foi diagnosticado com câncer no intestino.
Em janeiro deste ano, ele enfrentou cerca de 17 horas de operação para a retirada de nove tumores na região abdominal. Na mesma cirurgia, os médicos retiraram parte do intestino delgado, outra do intestino grosso e uma porção do ureter, canal que liga o rim à bexiga. Alencar chegou a ficar internado 22 dias após a operação.
Contrariando as expectativas, no entanto, os exames seguintes apontaram a volta de 18 tumores na região. Uma nova cirurgia foi inicialmente descartada e os médicos optaram por um remédio em fase de teste no Centro Oncológico MD Anderson.
Após sentir dores abdominais, o vice-presidente voltou a ser internado no último dia 8 e foi submetido à sua 14ª cirurgia no dia 9.