Para
refletir: Não
há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão
governados por aqueles gostam. (Platão)
Maioridade
penal: uma pauta controversa
O
deputado Luiz Couto, relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93,
considerou a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos inconstitucional.
Em relatório entregue esta semana à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o petista
considerou a matéria –incompatível com a Constituição Federal. O parecer não
tem data para ser votado.
No relatório, Couto, que é padre e
presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara (CDH) em 2010, afirma que
diminuir a idade penal para 16 anos não resolveria de “forma alguma” o problema
da impunidade. “Se a idade fosse fator positivo, os maiores de 18 anos não
cometeriam crimes, quando, na verdade, são protagonistas de mais de 90% deles”,
disse. Para corroborar a posição, citou opiniões do ex-ministro da Justiça
Marcio Thomaz Bastos e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco
Aurélio Mello. “O Estado aplicando efetivamente medidas socioeducativas,
qualquer menor que cometeu um delito e se internando em estabelecimento
educacional, deverá ter plena recuperação para o convívio social e não cometerá
tantos crimes”, disse. O relator acredita que a maioridade de 18 anos, como é
hoje, “significa o comprometimento com a valorização da infância e da
adolescência, por reconhecer que são fases especiais do desenvolvimento do ser
humano, portanto, relacionadas à dignidade da criança e do adolescente”.
Nas
últimas semanas, após crimes cometidos por adolescentes menores de 18 anos,
como o assassinato de um jovem em São Paulo em abril, o debate sobre a redução
da maioridade penal retornou ao Congresso.
O tema divide os parlamentares. “A
nossa sociedade mudou nestes 23 anos”, disse o deputado Jutahy Junior
(PSDB-BA), ao fazer discurso hoje no plenário da Câmara defendendo a diminuição
da maioridade penal. Para ele, jovens menores de 18 anos podem “matar sem
sofrer as menores consequências”. Ele propõe que o ECA seja atualizado com uma
nova faixa etária, de acordo com o Estatuto da Juventude.
A discussão está aberta no Congresso.
Vários segmentos da sociedade vão ser ouvidos sobre a matéria que será votada
em breve. Eu pessoalmente defendo a redução da maioridade com implantação em paralelo de eficientes políticas
da inclusão social e de orientação e formação para crianças e adolescentes,
coisa tratada com desrespeito pelo governo.
Arapiraca é Vilela,
sim senhor
Passei recentemente uma semana em Arapiraca participando de uma
atividade profissional. Quando tinha tempo saia as ruas e exercitar meu lado de
jornalista, perguntando e ouvindo os mais diversos tipos de pessoas. Já sabia
mas não imaginava o tamanho do prestigio
e da recepção ao nome do governador Teotônio Vilela em qualquer setor que seja
abordado. O povo de Arapiraca é grato pelo que recebeu desde quando ele estava
no Senado e muito mais como governador. Percebe-se uma evidente empatia entre o
eleitorado de Arapiraca e Vilela. As pessoas querem votar nele ou em seus
candidatos. Exemplo maior está na última eleição onde por pouco seu candidato
não foi vitorioso enfrentando uma poderosa “ máquina de fazer votos” e uma candidata com reconhecido
potencial, a prefeita Célia Rocha, que apesar de tudo e das noticias
circulantes poderá estar aliada ao governador nas próximas eleições. Arapiraca
agradece.
Sapucaia não é mais “imortal”
O jornalista e desembargador aposentado Antonio Sapucaia desistiu de
pertencer a Academia Alagoana de Letras.
Chegou àquela casa de cultura por sua intelectualidade, sua obra, sua
biografia de escritor, ao contrário de alguns que ali estão sem nunca ter
contribuído com as letras. Simplesmente deve ter “enchido o saco” de certa dose
de hipocrisia e “besteirol” que nunca fizeram o seu estilo. Muito embora tenha em seu quadro alguns
valores notáveis de nossa cultura o ingresso na Academia Alagoana de Letras não
prima lá tanto por uma ortodoxia e muito mais por conveniências intestinas e
agrados a pessoas “importantes”.
Na verdade é o velho e sábio Antonio Sapucaia dando lições de conduta a
seriedade.
Os caminhos de Renan
O senador Renan Calheiros não diz uma palavra sobre as eleições de 2014,
muito menos uma possível candidatura sua ao governo. Está corretíssimo. Por que
antecipar o pleito e aumentar os seus problemas que já são tantos? Por outro lado segue construindo o
caminho pelo qual pretende caminhar daqui pra frente e o faz com a competência que lhe é peculiar. Sabe,
perfeitamente, que é “o dono” das eleições futuras e o seu peso é fundamental
para onde quer que vá. Todos lhe fazem a corte porque conhecem sua força
potencial de votos. É um estrategista da política e não chegou onde está por
acaso.
Quer refletir, pesar e medir antes de decidir. Não está preocupado com
“passinhos de dança” de possíveis candidaturas sem a menor consistência. Nem
com forças ou arroubos destemperados. Sua única preocupação é : entrar na
parada na hora e no lugar certo e jamais abrir mão de uma consagradora vitória.
Gorjeta regulamentada
Tradição entre os
brasileiros, os 10% de gorjeta deixados em bares, restaurantes e hotéis nem
sempre vão para o bolso dos garçons, como esperam os clientes. Para pacificar
essa situação, um projeto de lei aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado
deixa mais claro o rateio desse valor.
A proposta já
aprovada na Câmara não torna a cobrança obrigatória, mas estabelece que os 10%
façam parte da contribuição previdenciária e do cálculo para a aposentadoria.
Pela proposta, 80% do valor extra pago pelos clientes deve ser repassado
integralmente aos funcionários. Os outros 20% poderão ser descontados no
pagamento encargos sociais e previdenciários pelos empresários.
Segundo o projeto, todos os envolvidos no serviço – copeiros, cozinheiros, ajudantes de serviços gerais – também devem entrar no rateio da gorjeta. Já os percentuais a que cada trabalhador terá direito deverá ser acertado por acordo coletivo pelos respectivos sindicatos.
Segundo o projeto, todos os envolvidos no serviço – copeiros, cozinheiros, ajudantes de serviços gerais – também devem entrar no rateio da gorjeta. Já os percentuais a que cada trabalhador terá direito deverá ser acertado por acordo coletivo pelos respectivos sindicatos.
Os equívocos do
vereador
Qualquer vereador precisa ler um pouco e conhecer os meandros legais e morais para não se precipitar e falar besteiras. É o
mínimo que lhe exige o exercício do cargo. Deveria pedir emprestado a alguém um
volume da Constituição Federal para saber o que pode ou não pode fazer.
Lembrar-se que é apenas vereador e que seu “poder” é bastante limitado.
Transformar Guarda Municipal em polícia não é só escrachadamente ilegal e
indecoroso, como extremamente perigoso. Em todos os lugares as funções são
distintas em obediência a princípio legal: polícia cuida da segurança da
sociedade, do cidadão, defende vidas. Guarda Municipal cuida do patrimônio
público, para evitar danos, roubos e vandalismo. Colocar uma arma em mãos
despreparadas é oportunizar acidentes e mortes, fazer guarda municipal virar
polícia é contrariar a Constituição. E o pior é que ainda toma o tempo
de autoridades para ouvir sua
conversa mole.
A lógica de Ricardo Mota
Assisti sempre que pude parte do júri
dos acusados do crime seguido de suicídio ou do “suicídio” seguido de crime de
PC Farias. Em alguns momentos o cenário me lembrava um circo, em outros um
ambiente de “cosa mostra”. Quanta verdade e quanta mentira estariam ali nas
artimanhas da defesa e da acusação? A melhor resposta me foi dada pelo meu
amigo Ricardo Mota fruto de sua inteligência privilegiada e compromisso com a
verdade:
“É
impressionante como são contraditórias as perícias sobre o caso PC Farias. Elas
não apenas não esclarecem o que ocorreu como também confundem o cidadão comum
sobre o que de fato houve naquela madrugada. As perícias, em todo o mundo, são
decisivas para dirimir dúvidas e apontar caminhos sólidos de uma investigação.
Não é o caso. Todos os peritos ouvidos no julgamento do Caso PC usam a
linguagem científica – sua terminologia própria – para explicitar suas
conclusões.
Mas resta aos que acompanham o
longo julgamento uma dúvida: há um trabalho sério, honesto e limpo, e há um
embuste – qual é o quê?
E uma certeza: quem desmontou a
cena do crime, no início da investigação, sabia o que estava fazendo. Aquilo
deu nisso.”
Fecha o
pano. Acende as luzes!
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