segunda-feira, 27 de julho de 2009

Verdades inconvenientes de Ricardo Carvalho
Jornalista lança livro sobre bastidores da política e provoca burburinho no meio

RECIFE - Depois de quatro décadas convivendo com políticos, o jornalista Ricardo Carvalho concluiu que eles não gostam de ouvir a verdade. É bem provável que sinta na pele os efeitos dessa conclusão a partir desta segunda-feira, quando lança o livro É tudo verdade, às 18h30, na casa de recepção Ana Góes, Bairro do Recife. O jornalista relembra 131 histórias de bastidores envolvendo lideranças políticas e personagens ligados ao poder em Pernambuco. Momentos nem sempre elogiosos, o que explica o burburinho em torno do livro. Protagonizadas pelo autor quando ele trabalhou como repórter em veículos de comunicação, incluindo quatro anos no Diario de Pernambuco, as verdades de Carvalho já causaram reações antes mesmo do lançamento. A primeira foi a do cientista político Antônio Lavareda, que é criticado no livro por coordenar, de forma supostamente equivocada, a campanha de Mendonça Filho (DEM) para governador em 2006. Tudo indica que Lavareda e Carvalho, que atuaram em campanhas do senador Jarbas Vasconcelos (o primeiro como marqueteiro e o segundo como proprietário da produtora dos programas eleitoriais), poderão resolver o caso na justiça.Nos trechos que adiantou à imprensa, Ricardo deixa escapar, por exemplo, que o ex-ministro da Justiça Fernando Lyra só foi escolhido como candidato do extinto MDB a deputado federal, em 1970, por pura falta de opção. A década de 1970 é notadamente a mais abordada no registro, especialmente na gestão do ex-governador de Pernambuco Moura Cavalcanti (1975-1979), nomeado pelo regime militar e tratado com prudência pelo autor: "Eu faço justiça porque foi o governador com quem tive o melhor relacionamento naquela época. Ele sabia que vários jornalistas eram de esquerda e tolerava isso", diz.Além de Moura Cavalcanti, outros três personagens aparecem de forma quase onipresente nos casos: Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos e o jornalista Carlos Garcia. A prisão deste último, ainda nos anos de chumbo, é utilizada como pano de fundo para uma alfinetada no senador Marco Maciel (DEM), que, segundo o autor, nada fez para contornar a situação do colega. "Foi Moura Cavalcanti que ajudou", lembra. No auge da costura política para a volta de Miguel Arraes do exílio, em 1979, Carvalho cita o seguinte desabafo que ouviu do general Antônio Bandeira, em Porto Alegre: "Como prefeito do Recife ele se comportou bem, mas (como governador) usava um linguajar cheio de chavões populistas e (seu secretariado) era cheio de comunistas".


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