domingo, 30 de outubro de 2011




A Cara da corrupção alagoana

Neste Brasil corrupção
pontapé bundão
puto saco de mau cheiro
do Acre ao Rio de Janeiro
Neste país de manda-chuvas
cheio de mãos e luvas
tem sempre alguém se dando bem
de São Paulo a Belém (Ana Carolina e Seu Jorge)


Enquanto escrevo esta coluna ouço na voz de Ana Carolina o expressivo “Poema da Ética – Só de Sacanagem” de autoria de Elisa Lucinda e faz-me também lembrar da letra de uma música da própria Ana Carolina e Seu Jorge cujo trecho publico ai no início: Brasil Corrupção!
Mas vamos falar de coisas nossas. Dos corruptos e da corrupção alagoana que é exemplo e modelo para todo o país. Basta ver a revelação oficial de que chega aos R$ 377 milhões o valor roubado dos cofres públicos em menos de cinco anos, segundo investigações da Polícia Federal no estado de Alagoas.
Não é novidade para ninguém a constatação de que as investigações, que tiveram como desfecho as operações da Polícia Federal, apontaram que nas situações onde os valores dos desvios foram mais altos existe a participação de políticos e gestores públicos dos altos escalões da administração.
É triste a constatação de que somos os mais corruptos, no entanto mais doloroso ainda é sabermos que o instituto da impunidade arraigado em nossas instituições tende a deixar sem punição adequada os saqueadores do dinheiro público. E o mais grave: nada devolvem do que roubaram do erário. Em nenhum país do Mundo é assim. Lembro de uma frase de Jô Soares em seu programa: “A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa”.
No Brasil, a corrupção há muito deixou de ser endêmica e se transformou em verdadeira epidemia, atingindo o país inteiro, proliferando pelos Estados e pelos municípios, embora sorrateiramente e de forma bastante velada, e só denunciada pela imprensa. Caso não existisse imprensa livre neste país, então, teríamos o alastramento dos atos de corrupção com maior intensidade e localizações. E, se a imprensa brasileira não tivesse a força necessária para expor os corruptos ao povo, teríamos uma epidemia ainda de maiores proporções. Por conta deste mar de lama da corrupção que atinge todas as esferas da Administração Pública, educar os jovens e formá-los para um futuro melhor para a nação está sendo difícil para os pais e para os professores, enquanto não se demonstrar que ninguém está acima da lei e que todos, por mais poder que tenham, podem ser punidos e castigados nas devidas proporções de seus delitos. Aí será bem mais fácil ensinar o caminho certo para a juventude.
Vejamos o que nos diz o procurador da República José Godoy: “O que acontece em Alagoas não é uma realidade apenas local, é verdade que os nossos números são muito altos. Um recente relatório da Controladoria Geral da União (CGU) mostrou que 40% das verbas federais são desviados em Alagoas. O que acontece infelizmente é que esses gestores são eleitos pelo povo o que nos obriga a viver com coisas que não concordamos”. Esta é a cara suja da corrupção alagoana.

Assessoria da Vassoura
Não entendo porque no presidente da Assembléia Legislativa, deputado Fernando Toledo, ficou tão surpreso com a decisão do juiz Manoel Cavalcante Lima Neto suspendendo os efeitos financeiros de leis esdrúxulas produzidas nos intestinos daquele poder. Estava mesmo tudo errado e ferindo normas de direito administrativo e até afrontando a Constituição. E o pior é o crime confessado: “Suspende 60 cargos em comissão que nós temos aqui para o pessoal de limpeza”. Caro presidente, os cargos em comissão são exclusivos para funções de Direção e Assessoramento. Por acaso existiria a assessoria da vassoura?

Cara perseguição
Fonte extremamente confiável e segura me revelava esta semana que “está ficando cara a perseguição engendrada contra o secretário Luiz Otávio Gomes”. Figura de maior evidência do governo, empreendedor e com ações estratégicas de resultados, passou a se tornar incômodo para setores da oposição que por ele querem atingir o governador.Espaços milionários da mídia local e nacional já foram consumidos, além de ações de bastidores “tenebrosas” e de fazer inveja à “Cosa Nostra”.
Pena que as paredes dos gabinetes de Brasília e as alcovas de caros restaurantes e hotéis não revelam certas conversas, propostas e negociações espúrias, com propósitos mesquinhos. Apenas de conspirar contra o que está dando certo. São os que apostam no “quanto pior melhor”.

A resposta é trabalho
Enquanto esses fatos acontecem o secretário trabalha incansavelmente. Esta semana junto com o governador manteve inúmeras reuniões e audiências entre Brasília, Rio e São Paulo, inclusive com a ministra chefe da Casa Civil Gleise Helena Hoffmann. Durante um vôo neste périplo produtivo abordou o chefe: “Acho que chegou a hora de sair”. Teve como resposta uma cara feia e a curta frase: ”Não existe esta possibilidade”. O fato me foi narrado por um terceiro personagem presente à conversa.
Mas o secretário está visivelmente cansado, esgotado e de “saco cheio” desse jogo sujo da política que ele nunca fez parte. Acha que já deu sua parcela de sacrifício suficiente e seu tempo de validade está a vencer. Pensa seriamente em deixar o governo no final do ano. Eu o conheço e sei o quanto está decidido. Alagoas perderá muito por culpa da pequenez de alguns. Luiz Otávio seguirá em frente vencendo como sempre o fez. Aqui ou lá fora.

Opinião equivocada
O promotor Luiz Tenório perdeu uma boa oportunidade de não errar ao imaginar que em seu mister tudo pode. Esqueceu os limites de sua função e desconheceu a Constituição Federal quando afirmou que “a solução para o município de Traipú é a intervenção federal”. Se assim fosse a presidente Dilma não faria outra coisa a não ser assinar decretos de intervenção em centenas de municípios brasileiros acometidos pela epidemia da corrupção.
O artigo 34 da Constituição, elenca as exceções e hipóteses em que a União pode intervir nos estados. Bastava ter lido. Hoje existem mais de cem pedidos de intervenção no STF, apenas nos Estados. A regra da intervenção é a não intervenção.

PÉ DE PÁGINA
NO BRASIL o governo federal dispõe de 77.000 vagas para preencher por indicação política. No governo federal americano, as indicações políticas são cerca de 3.000. (…) No Reino Unido, onde é maior a profissionalização do serviço público, o primeiro-ministro nomeia pouco mais de 100 pessoas, incluindo os ministros.

APÓS LONGA depressão, o ex-presidente do PT e da Petrobras José Eduardo Dutra reaparece em meio ao rolo do ministro Orlando Silva: “Se alguém te chama de ladrão na rua é calúnia. Se a pessoa tiver um crachá de jornalista, é liberdade de imprensa”, escreveu no Twitter. (Claudio Humberto)

SE A MODA PEGA. O caso foi registrado na 16ª DP, na Barra, no Rio. Uma moça inconformada com fim do namoro invadiu a casa do ex, quebrou tudo, fez xixi e cocô na cama dele e se limpou com a almofada.

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