Para refletir: Os políticos não conhecem nem o ódio, nem o amor.
São conduzidos pelo interesse e não pelo sentimento.
(Philip Chesterfield).
As lições de Tocantins
(BRASÍLIA) - Quase metade dos eleitores do Tocantins não
quis escolher quem seria o governador do Estado no pleito realizado no dia 24
de Junho. A eleição suplementar foi convocada depois que o ex-governador
Marcelo Miranda (MDB) e sua vice, Cláudia Lelis (PV), tiveram o mandato cassado
pelo Tribunal
Superior Eleitoral em 22 de março deste ano por arrecadação ilícita de
recursos em 2014. Terminada a apuração, por volta das 21h, emergiram das urnas
137.537 votos brancos e nulos (19% do total). Somados às abstenções, que foram
de 30%, quase 50% dos tocantinenses aptos a votar optaram por ignorar os
candidatos.
Para especialistas, o resultado da eleição é um sinal
da crise de
representatividade pela qual passa a democracia brasileira, e cujos sinais
já podem ser sentidos para além do Tocantins. O diretor do Instituto Datafolha,
Mauro Paulino, afirma que os resultados das eleições no Estado confirmam uma
tendência que nós já estamos captando a alguns anos, que é o aumento do eleitor
que não se sente representado nem pelos partidos nem pela oferta de candidatos
nas eleições.
De acordo com ele, esta crise de representatividade vem
desde junho de 2013,
quando ocorreram os protestos contra o aumento das passagens em São Paulo e que
se ampliaram para um descontentamento geral com a classe política. “Atualmente quando fazemos pesquisa para
intenção de voto para a presidência da República, encontramos taxas recordes de
brancos e nulos, além de um número grande de eleitores sem candidato. É um
reflexo do momento que o país atravessa, há um desalento e desesperança do
eleitor muito forte”, diz Paulino.
O impacto desta desilusão dos brasileiros com o sistema
político já é perceptível também na corrida rumo ao Planalto. O índice de
brancos e nulos atualmente varia entre 18% e 30% do eleitorado, segundo a
pesquisa CNT/MDA divulgada em 14 de maio. Os maiores índices são nos
cenários sem o ex-presidente
Lula, preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba
desde abril deste ano. Isso expõe mais uma faceta da crise de
representatividade que o país atravessa: o líder de intenções de voto até o
momento deve não disputar a eleição. Com a saída do Lula a principal
característica que o eleitorado apresenta é o aumento da taxa de brancos e
nulos, que chega a 30%, maior que os 20% do Bolsonaro que assumiria a liderança
nas pesquisas.
O exemplo de Alagoas
Especialistas em política acreditam que o fato de Tocantins
se repetirá em todos os estados nas eleições de Outubro, pelos mesmos motivos:
a descrença do eleitor na classe política que se desgasta a cada eleição pelos
mesmos motivos: corrupção desenfreada, não cumprimento das promessas feitas em
campanha e má gestão.
Aqui em Alagoas não será diferente e pode até alcançar um dos
maiores índices por motivos óbvios. Somos “representados” por uma classe
política deteriorada ao longo dos anos por condutas marginais, possuímos uma
Assembleia Legislativa mergulhada em denúncias de roubo explicito do dinheiro
público, processada pelo Ministério Público e salva pela complacência de um
Poder Judiciário com perfil assemelhado.
Quando se fala da bancada federal (deputados e senadores) é
um filme de terror. A começar pelo campeão de processos por corrupção , senador
Renan Calheiros, seguido de outros colegas que em nada dignificam os cargos que
ocupam.
Há no ar sombrio das eleições um silêncio que pode ser
rompido pelo voto indignado e de protesto de milhares de eleitores que darão
seus gritos de BASTA! Será?
Pode ser o novo
No contraponto às
candidaturas carcomidas, viciadas e rejeitadas, surgem aqui e acolá algo de
novo que pode surpreender ao abrir das urnas. E não se trata apenas de
“candidatos novos”, mas pelo menos diferentes dos “putrefatos”. O eleitor tende
a buscar e analisar o passado dos candidatos execrando os “fichas sujas” e até
reelegendo aqueles que julgam menos ruins. Alguns que se julgam eleitos, quer pela
força do dinheiro, do poder e dos currais, poderão assistir com desalento o
“estouro da boiada” e o brado de revolta do povo ecoar, ao anunciar o resultado
fatídico das urnas.
Por falar em novo
Pobre e equivocado Partido Novo (que nada tem de novo) vai
sofrer uma tremenda decepção ao contar os seus minguados votos e naturalmente
se recolher ou até acabar, quem sabe, como ocorrerá com outros nanicos. O
partido que tem como presidente João Dionísio Amoêdo, adota posições
aparentemente republicanas, mas no fundo ainda deixa muitas dúvidas de suas
linhas programáticas. Diz que não aceita o dinheiro do Fundo Partidário, mas
até agora não devolveu o que recebeu, alegando problemas burocráticos. Não
deverá eleger ninguém.
Temos bons nomes
A crise e o descrédito politico eleitoral deverão ajudar
alguns postulantes aos votos da eleição de outubro. São candidatos com lastro
de serviços prestados aos alagoanos, com passado de representatividade e sem
manchas em seus currículos, a exemplo para citar alguns, Emmanuel Fortes,
Álvaro Vasconcelos, Omar Coelho, Eduardo Tavares e a grande campeã do voto de
qualidade, Heloisa Helena. Além dos votos de cada um existe a tendência de que
o eleitorado mais consciente conduza sua intensão para pessoas que representem
mudança moral na política.
Cadê a oposição?
O tempo passa depressa a caminho das eleições e por enquanto
o governador Renan Filho caminha para um “passeio eleitoral” absolutamente
vitorioso e ganharia até sem fazer campanha. Com a desistência da candidatura
do único nome capaz de derrotar o governador, prefeito Rui Palmeira (por justa.
compreensível e equilibrada decisão) e a saída do deputado Mauricio Quintella,
a oposição caiu na orfandade e ao que parece sucumbiu à mínima chance de
apresentar um nome com densidade pelo menos para disputar. Já não há mais
tempo, não existem nomes e as eleições para o governo serão em “walkover”, o popular WO.
José Alfredo
De São Paulo, onde está internado no Hospital Sírio Libanês,
recebi uma mensagem gravada em vídeo do amigo conselheiro aposentado do TCE,
José Alfredo de Mendonça. Nela me faz um apelo dramático em defesa da
desembargadora Elizabeth Carvalho que sofre uma inversão da verdade quando
cumprindo estritamente a lei e o senso humanitário, tomou uma decisão acertada.
Disse-me ele: “Estou aqui num hospital de
primeiro mundo, sendo bem tratado e com a assistência familiar que desejo,
curando duas bactérias contraídas ai em Maceió. Devo minha vida a
desembargadora Elizabeth Carvalho”. José Alfredo é um homem integro, o
conheço há pelo menos quarenta anos e mereceu essa decisão humanitária da
magistrada. Ao seu lado está sua companheira dedicada Nadejane Madeiro, (filha
de minha saudosa amiga Marly Madeiro, colega de Tribunal de Contas), cuidando
de sua saúde e de se espírito.
Balcão de negócios

O prefeito Júlio Cezar tem resistido à duras penas, com
riscos de danos a sua administração de resultados implantada desde a sua posse.
É uma lástima essa nociva política de alianças que fere de morte o patrimônio
moral da administração publica brasileira, em grande e pequena escalas
administrativas. Resistir..até quando?
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