segunda-feira, 5 de março de 2012

DESCULPAS DE UM VAGABUNDO

SECRETÁRIO DA FIFA OFENDE OS BRASILEIROS E DEPOIS PEDE "PERDÃO"

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, enviou nesta segunda-feira à Fifa uma carta pedindo o afastamento do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, das negociações sobre a Copa do Mundo de 2014. Na carta, o ministro diz que o governo brasileiro não pode mais aceitá-lo como interlocutor após suas declarações sobre a preparação do país para o Mundial.

Na última sexta-feira, Valcke afirmou que o Brasil estava mais preocupado em ganhar a Copa do que em organizá-la. Disse também que organizadores do Mundial precisavam de "um chute no traseiro".

Aqui está a carta do Ministro Aldo Rebelo :

Brasília, 5 de março de 2012

A Sua Excelência o Senhor

JOSEPH SEPP BLATTER

Presidente da Fifa

Lausanne-Suíça

Senhor Presidente,

1. Ao longo dos últimos anos, especialmente com a aproximação da Copa do Mundo Fifa 2014 no Brasil, as relações entre o Governo Brasileiro e a Fifa têm se pautado pelo mais alto nível de respeito, cordialidade e reciprocidade.

2. O Brasil sempre se portou, tanto na candidatura como na organização do mundial, de forma correta e consciente da sua capacidade de realizar a XX Copa do Mundo de Futebol.

3. Assim sendo, recebemos com espanto as inapropriadas declarações do senhor Jérôme Valcke nos últimos dias à imprensa internacional. A forma e o conteúdo das declarações escaparm aos padrões aceitáveis de convivência harmônica entre um país soberano como o Brasil e uma organização internacional centenária como a Fifa.

4. Diante desta realidade, o Governo Brasileiro não pode mais aceitar, nas suas tratativas com a Fifa, o Senhor Jérôme Valcke como interlocutor durante a preparação desse mundial.

5. Estamos empenhados e confiantes na construção de uma grande Copa.

Com apreço,

ALDO REBELO

Ministro de Estado de Esporte

Governo da República Federativa do Brasil


AS DESCULPAS ESFARRAPADAS DO SECRETÁRIO GERAL DA FIFA

O secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, enviou, na tarde desta segunda-feira (05.03), uma carta com um pedido de desculpas ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e a qualquer pessoa que possa ter se ofendido com "interpretações incorretas das minhas palavras". Valcke afirmou que, "em francês, `se donner un coup de pied aux fesses` significa apenas `acelerar o ritmo`, e, infelizmente, essa expressão foi traduzida para o português usando palavras muito mais fortes." No documento, o secretário-geral da FIFA reitera que o "Brasil é e sempre será a única opção para sediar a Copa do Mundo da FIFA 2014". O pedido de desculpas chegou ao Ministério do Esporte depois que Aldo Rebelo oficializou à FIFA o pedido para que o interlocutor da entidade com o Brasil para a organização do Mundial de 2014 fosse trocado.

A OPINIÃO DE ALGUMAS PERSONALIDADES DA POLÍTICA BRASILEIRA

Não fosse um desrespeito ao Brasil a expressão por ele utilizada, não fosse uma afronta à dignidade nacional quando ele se refere a chute, eu gostaria até de emprestar a ele a chuteira que eu já dependurei há algum tempo, porque, evidentemente, não fosse o desrespeito, nós teríamos que apoiá-lo relativamente ao que diz ( Senador Álvaro Dias PSDB/PR).

"O Aldo Rebelo não falou somente em seu nome, nem do ministério nem do governo brasileiro, falou em nome de todo o povo brasileiro e do nosso sentimento dessa intromissão indevida" ( Senador José Sarney)



Manifesto meu repúdio em relação às declarações feitas pelo secretário- geral da FIFA, Jérôme Valcke a respeito da organização das Copas do Mundo e das Confederações no Brasil. Nenhuma instituição, governo ou pessoa está livre de críticas. Contudo, enquanto interlocutor da FIFA com o governo brasileiro, é inadmissível que o secretário-geral faça uso de expressões inconseqüentes, deselegantes e de linguajar chulo" ( Deputado Renan Filho, presidente da Comissão da Lei Geral).



É uma declaração que merece na verdade que a gente dê um chute daqui para lá. De volta. E que repudie qualquer tipo de declaração desse nível em relação à preparação da Copa pelo Brasil" ( Deputado Marco Maia, presidente da Câmara)

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