domingo, 1 de abril de 2012

“Para refletir: “Sou apenas um palhaço e isto me diferencia dos políticos” Charles Chaplin.



Vergonha não mata, mas machuca

Acredito que se vergonha matasse a população alagoana em grande parte já estaria exterminada, pois já são tantas que tenho medo que nos acostumemos a elas. São milhões roubados dos cofres públicos, são os escândalos nacionais sempre com algum político nosso envolvido, as propinas e as amantes de luxo, os patrimônios incompatíveis com os ganhos honestos e os ganhos desonestos aumentando as putrefatas riquezas forjadas no dinheiro que serviria para salvar vidas, matar a fome de miseráveis, dar uma educação digna às nossas crianças e jovens.

Este último episódio que levou Alagoas para o noticiário nacional degradante e vergonhoso certamente não será o último, pois se Justiça não há, tampouco existe o mínimo de vergonha no corpo ou na alma dos que foram protagonistas da dantesca história que manchou mais uma vez a alagoanidade de lama.

O programa de televisão CQC aqui esteve e mostrou ao Brasil a realidade de uma Alagoas corrupta e além de tudo arrogante e covarde. Nada inventou ou forjou, como tentaram insinuar alguns, mas gravou e exibiu cenas de envergonhar a pior escória da bandidagem e da marginalidade.

Passei um dia inteiro atendendo colegas de outros estados em busca de informações complementares sobre a matéria que mostrava um exemplo de Assembléia Legislativa composta em sua maioria por elementos incompatíveis com o moral e o legal, preconizados na Constituição Federal. Não tinha muito o que informar, mas apenas confirmar tudo o que foi mostrado na televisão e acrescentar: eles são muito piores do que vocês viram.

O jovem deputado João Henrique Caldas escancarou a desonestidade da Mesa Diretora da Assembléia em entrevista ao programa e quando foi questionado sobre a conivência da Justiça calou. Joãozinho Pereira (PSDB) tentou livrar algumas “almas” do fogo do inferno, mas não teve como ir muito além. Os demais: um vexame absoluto. O deputado Marcelo Victor foi debochado e suas palavras mais serviram para condenar do que para absolver a direção daquela “Casa de Aberrações”. Os desvios financeiros, a Escola Legislativa e a Biblioteca continuaram “fantasmas” como assim continuarão. O deputado Temóteo Correia, patético, trouxe para si motivos para uma condenação e perda do mandato ao declarar “ter comprado votos” para sua eleição . Após a repercussão nacional da matéria Correia ainda teve a cara de pau de afirmar: “Dei uma entrevista de cerca de 40 minutos e apenas 30 segundos foram ao ar. Fui ridicularizado, por ter respondido de forma provocativa os questionamentos que me foram feitos. Pergunta imbecil merece resposta imbecil”. Imaginem se sai a matéria completa. E disse ao site CadaMinuto:“Uma história totalmente sem relevância e que ganhou proporções maiores do que mereciam. O CQC dispensa comentários, pois é um programa de zombaria e deles poderia esperar esse tratamento. Mas não esperava o que a mídia alagoana fez comigo”. Pecado imperdoável pensar que a imprensa alagoana iria esconder suas aleivosias.

Por fim o comportamento do deputado Olavo Calheiros. Falar o que sobre o gesto marginal de tentar esmurrar o repórter? Medíocre como deputado federal, inodoro, incolor e insípido como deputado estadual, nada de útil tem a oferecer a Alagoas, como nunca teve. A não ser a capacidade de nos fazer passar vergonha nacional.

Em tempo: O Ministério Público Federal, através do diligente procurador Rodrigo Tenório, já determinou instauração de procedimento e convocou a Polícia Federal para apurar as “ensandecidas” declarações do deputado que comprou votos.

Vergonha não mata, mas machuca. Um dia haveremos de aprender a votar.

Com as almas sujas

BRASÍLIA - Num clima de desconforto e irritação pelas manifestações de apoio dadas na sessão do dia 06 de março, quando governo e oposição se juntaram para defendê-lo, antigos parceiros do ex- líder do Democratas, Demóstenes Torres (GO) se revezaram esta semana na tribuna do Senado para cobrar que ele volte ao plenário para se explicar sobre novas denúncias de suposta sociedade com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Com discursos duros, os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Ana Amélia Lemos (PP-RS), que sempre fizeram dobradinha com Demóstenes nas cobranças em relação ao governo, fizeram questão de frisar que a situação agora é muito diferente do dia em que ele subiu a tribuna para admitir uma relação de amizade e que fora presenteado por Cachoeira com uma cozinha em seu casamento. Cai o véu de mais uma “vestal” no Congresso. É o Brasil de alma suja.

Hoje é dia de transparência

Durante toda esta Sexta Feira Alagoas estará discutindo a transparência e o controle social da Administração Pública. Sob o eficiente trabalho da Controladoria Geral do Estado a realização das etapas municipais escolheu os delegados que irão discutir a temática da maior importância com o objetivo de levar para a Conferencia Nacional em Brasília, no próximo mês de maio. Os delegados para a etapa nacional também serão eleitos no dia de hoje com a participação de 61 municípios. Mesmo com toda importância e os olhos da fiscalização e controle quase a metade das Administrações Municipais de Alagoas decidiu não realizar Conferências e mandar às favas a transparência e o controle dos atos pela sociedade. Esses naturalmente devem ter algo a esconder.

Escolas em pauta

Com toda certeza o secretário Adriano Soares, vai explicar e mostrar os dados e números com relação às denúncias do Ministério Público que aponta irregularidades nas obras de reformas de escolas em sua gestão. Acontece que a resposta do secretário não pode demorar muito, pois vê-se que uma “bola de neve” está se formando e a promotora Cecília Carnaúba já não está mais sozinha nas acusações. Pais, alunos e até diretores de escolas começam a se juntar e em coro fazer novas e velhas denúncias. A demora na comprovação da legalidade e moralidade dos atos poderá trazer danos irreversíveis ao conceituado administrador.

PÉ DE PÁGINA

Vem ai uma “nova atração” na Assembléia Legislativa. Na pauta do CQC aqui cumprida (quase cumprida) apareceu um caso escabroso envolvendo licitações viciadas em prefeituras, compras superfaturadas e até “negócios” em um prostíbulo. Segundo me informava um colega do ramo: eles estão voltando e desta vez com equipe reforçada. Quem for podre que se quebre.

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