segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Para refletir:


Maceió: a marca da irresponsabilidade


O prefeito Rui Palmeira é um homem ponderado, equilibrado e um eficiente político. Chegou onde está não por acaso, mas por crédito e merecimento. Não tenho dúvidas de que dará aos seus eleitores a satisfação do voto útil e de qualidade para administrar Maceió. No entanto é preciso ter paciência e não esperar que de posse de uma “varinha mágica” faça tudo acontecer milagrosamente. Tomei conhecimento que o prefeito e sua equipe estão boquiabertos com o tamanho da desorganização, do desmando e da irresponsabilidade administrativa da gestão anterior. Quem imaginava que a coisa era feia, bote horrendo neste cenário. O ex-prefeito Cícero Almeida deixou uma prefeitura literalmente destroçada por sua incompetência e de uma equipe medíocre ( com raras exceções ) que seguia regiamente sua cartilha de destruição e atentado ao interesse público.


As contas públicas não batem nada com nada. A cada avanço, a cada documento financeiro auditado se depara com a irresponsabilidade explícita, com a ausência de legalidade e com a dúvida da honestidade. Cada contrato é um susto, cada licitação uma surpresa desagradável. A prefeitura de Maceió foi transformada em uma verdadeira “casa de mãe Joana”, onde todos mandavam e ninguém obedecia. Misturaram o público com o privado na mais deplorável e escandalosa ação de agentes avessos ao cumprimento da lei e da ordem pública. A fraude, a lesão aos cofres públicos, o atentado à moral, saltam aos olhos de quem quer que tenha acesso aos relatórios financeiros que estão sendo levantados cuidadosamente pelos técnicos da atual administração.


A saúde de Maceió é a de pior qualidade entre a todas as capitais do país, pois não houve gestão, mas negligência com as vidas humanas e irresponsabilidade com o emprego do dinheiro que deveria servir para atender principalmente à população mais carente. A educação é o exemplo da deficiência, do desrespeito ao cidadão, do atentado a milhares de crianças e jovens, privados do ensino digno, da merenda necessária muitas vezes às suas sobrevivências e do pouco caso com o combate sistemático às drogas e a violência.


Os serviços públicos estão sucateados e obsoletos, os bens públicos deteriorados, abandonados e corroídos pelo desgaste da incompetência institucionalizada.


E os servidores públicos estes eternos relegados sofredores? Falta-lhes a auto-estima levada pelo ralo da incompreensão, da falta de sensibilidade e do descaso com uma categoria que carrega com abnegação a máquina pública e a faz girar bem ou mal. Estagnados há anos em suas funções não vislumbram uma ascensão, pois nunca se falou em política de valorização. Existe até um prédio que chamaram de “Escola de Governo”, inauguraram com festa, mas na qual a palavra “capacitação” é terminantemente proibida ser pronunciada.


O prefeito Rui Palmeira e sua equipe terão muito trabalho pela frente para reconstruir uma administração vitima de uma “tsunami” provocada pela irresponsabilidade administrativa daqueles que deveriam zelar pelo bem e interesse público. A luta será árdua e desafiante, mas com certeza haverão de conseguir com a capacidade de seus técnicos, o apoio de sociedade, as ações do Ministério Público e do Judiciário restabelecendo os caminhos do desenvolvimento e punindo exemplarmente os culpados. Em breve esta marca negra terá que ser extinta.


Os golpes da imprensa


Bastou que fosse consolidada a candidatura do senador Renan Calheiros à presidência do Senado Federal para que setores da grande imprensa nacional assumissem a posição de “defensores da moral pública”. Noticias “requentadas” sobre as quais o senador já se defendeu e provou equívocos acusatórios voltam às páginas de uma mídia comprometida.


O senador Renan Calheiros conquistará a presidência do Senado fruto de seu trabalho incansável, grande articulador e sua enorme influência na política nacional. No final de semana certamente vão trazer novas notícias velhas com o objetivo de conturbar o processo de sua eleição. Tenho divergências com o senador, mas precisamos entender que Alagoas cresce e ganha com a representatividade de sua presença na presidência do Senado. Neste momento temos que torcer juntos.


Canal do Sertão: a primeira conquista


Passados muitos anos de “lero-lero” demagogia política e hipocrisia de campanha eleitoral finalmente algo de concreto acontecerá com as obras do Canal do Sertão. O cronograma só deslanchou nos últimos seis anos graças a determinação do governador Teotônio Vilela, que fez o estado se tornar acreditado, o apoio de alguns membros da bancada federal e a disposição de ajudar do governo federal.


No próximo dia 31 aqui estará a presidente Dilma para inaugurar a primeira etapa de 65 quilômetros beneficiando com água abundante uma vasta e terrivelmente seca área do sertão alagoano. Espera-se que sensibilizada pelo gigantismo do alcance social que sua vista não alcançará a presidente possa se tornar uma entusiasta na luta contra a brutal seca que mata o alagoano.


Emergências e negligências


Emergência


É a palavra da moda entre os prefeitos recém empossados como justificativa para comprar e contratar com mais “facilidade”, alguns começando suas administrações pelo caminho da contramão da legalidade e da moralidade. Existem os casos em que realmente o processo administrativo ficou engessado diante estado deplorável em que os antecessores deixaram as prefeituras. Mas em outros com um pouco de boa vontade e o obrigatório uso do princípio da eficiência tudo seria resolvido no devido tempo sem necessidade de artimanhas manjadas e perigosas. São os novos imitando os velhos.


Negligência


A negligência de prefeitos em fim de mandato com seus municípios é objeto de ações do Ministério Público em todo o país. Principalmente aqueles que perderam a eleição entregam a Administração quase sempre sucateada. Tais práticas não são inéditas em final de mandato: - Por perversidade e vingança contra o eleitor, eles param os serviços públicos, deixam de pagar salários e ainda tem aqueles que fazem sumir documentos contábeis importantes. Em Pernambuco, o Tribunal de Contas do Estado e o MP Estadual desencadearem uma ofensiva e 45 prefeitos foram autuados por deixarem de cumprir responsabilidades de gestor público. Aqui pelo que eu saiba nada aconteceu para coibir essa imoralidade. Mas aqui é assim mesmo.


Respeitem a dor de um pai


O médico Paulo Medeiros, pai do estudante Fábio Acioli, morto barbaramente, cujos supostos autores materiais foram a júri esta semana, no final da sessão que os condenou fez um emocionado desabafo: - “Eu acredito que não foram vocês”. Na hora quis botar pra fora também sua angústia e seu descrédito no aparato oficial que ate hoje não descobriu os mandantes do covarde assassinato. Chamou-me a atenção, no entanto, a reação do juiz Geraldo Amorim que classificou como uma “reação horrorosa”. “Ele deveria ter autocontrole e respeito com as autoridades”. Uma declaração cômica do magistrado se não fosse trágica. Já o promotor José Antonio malta Marques saiu com outra pérola: “Se o pai acredita na inocência dos réus, ele deve saber quem foi o autor”. Como exigir autocontrole de um sofrido e amargurado pai que perdeu um filho jovem e em circunstâncias brutais? Como se indignar com um pai que espera há anos que as instituições apontem os autores intelectuais da morte de seu filho e a leniência desses aparatos não lhe dá nenhuma resposta? As autoridades que o criticaram deveriam sim, ter mais respeito pela dor de um pai.

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