Para dizer absolutamente nada aos brasileiros em seu desastroso discurso
o governo gastou em maquiagem e cabelo para a presidente Dilma, R$ 3.125,00. Este
é o pais dos petralhas.
Uma
vitória do grito das ruas
Para quem assistiu a votação da PEC 37 ficou a nítida certeza de
que a decisão da Câmara dos Deputados foi pautada pelo grito das ruas, muito
mais do que por qualquer tipo de convicção política, ideológica ou de interesse
corporativo. Vou além: o plenário por uma maioria esmagadora dobrou-se ao medo
da força do povo que parece ter acordado de um
sono acomodado, pelo desconforto que chegou ao limite da tolerância com
relação à deplorável e ignóbil classe política brasileira.
A cada pronunciamento, a cada ridícula manifestação dos líderes de
partidos tanto do governo como da oposição
tudo era o eco das manifestações
de rua que obrigou a Câmara a rejeitar a
proposta de emenda constitucional que restringia o poder de investigação do
Ministério Público. Numa reviravolta do cenário político, em que partidos até
então favoráveis à medida mudaram de posição, 430 deputados votaram contra a
PEC 37. Apenas nove foram a favor, e dois se abstiveram.
Antes de os protestos começarem, nem a comissão especial criada para
discutir o tema conseguira chegar a um acordo entre promotores e policiais. A
votação foi antecipada depois de o presidente da Câmara negociar com os líderes
dos partidos. Em meio a gritos da galeria, cheia de promotores e procuradores,
o deputado Henrique Alves deu o tom de como a Câmara deveria votar.
“Quero dizer que todo o país está acompanhando esta votação. E seria
muito importante, neste momento, um ato de unanimidade para derrotar essa PEC”.
Anunciou o patético condutor do “circo” armado combinado a acertado
previamente.
Para acelerar a apreciação do tema, o
presidente da Câmara inverteu a ordem de votação. Às 20h, abriu sessão
extraordinária apenas para votar a PEC. Um a um, os líderes dos partidos iam ao
microfone dizer que estavam contra a PEC. A bancada do PSD, dividida, havia
decidido liberar seus parlamentares para votar como desejassem. Na hora, o
partido anunciou que tinha fechado questão contra a PEC. O PTB fez o mesmo e
assim o fizeram todos os partidos. Governo e oposição na mesma vala submissos
ao que vinha das manifestações de brasileiros esgotados da falta de ética, da
corrupção e da bandalheira praticada pela maioria desses parlamentares.
Houve quem ironizasse os próprios
colegas como fez o deputado Ivan Valente
(PSOL-SP) na tribuna: “ Quando a Comissão de Constituição e Justiça votou isso,
a maioria era a favor. Agora, com a pressão das ruas, mudaram de opinião”.
Confira os deputados que votaram a favor da PEC:
Abelardo Lupion (DEM-PR), Mendonça
Prado (DEM-SE) , Bernardo Santana (PR-MG), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Eliene
Lima (PSD-MT), João Lyra (PSD-AL) João
Campos (PSDB-GO), Sérgio Guerra (PSDB-PE)
e Lourival Mendes (PTdoB-MA).
A mídia essa vilã
Deixaram péssima impressão as declarações do representante da Associação
dos Delegados da Polícia Federal (regional de Alagoas) Felipe Coreia. Ao estilo
petista culpou a mídia pela derrota da classe no embate da PEC 37, numa atitude
grosseira e provocativa. “Era peixe e foi vendido como tubarão. Houve muita
coisa dita pela mídia e não era bem assim. A mídia é um trator e nesse caso,
foi isso o que aconteceu. Houve uma campanha pesada tanto da mídia quanto do Ministério
Público”, disse o equivocado líder dos policiais federais.
É bom que o delegado saiba duas coisas pelo menos: tubarão é peixe até
prova em contrário e a mídia não pode ser responsabilizada por derrotas fruto
de incompetência no agir.
Anomalia
da natureza
Setores
que defendem a criação do Conselho Estadual de Combate à Discriminação e
Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e “afins” não
gostaram nada das declarações do deputado Antônio Albuquerque na Assembleia
Legislativa que considerou a homossexualidade
como uma “anomalia da natureza” . Disse Albuquerque que “O natural é ser
homem e mulher, e eu quero continuar fazendo jus a minha consciência”,
acrescentando que “a criação de um órgão com estes objetivos para determinado
grupo de pessoas acaba discriminando as pessoas normais”.
No calor
do debate sobrou para o deputado Judson Cabral (PT) acusado por Albuquerque de
“em off ressaltar que sua religião ( Cabral pertence a movimentos sociais
católicos) o impedia de votar com a matéria e que também era contra a união de
homossexuais e faz exatamente ao
contrário quando está na tribuna”. O petista tentou responder, mas não
convenceu.
Nem tudo
é ruim
Há evidente muita coisa de ruim na Câmara Municipal de Maceió,
aliás, naquele “serpentário” como bem denomina a vereadora Heloisa Helena há
muito mais coisa imprestável do que se imagina.
Porém de vez em quando se pode detectar exceções para o lado bom,
além da própria HH. O vereador Marcelo Gouveia é uma dessas exceções que espero
não se “contamine”. Preocupado com o combate às drogas, a defesa da criança e
do adolescente sabe com inteligência trabalhar e propagar o resgate desses
jovens do mundo do crime. Tem cobrado com veemência políticas públicas e uma
maior atenção para práticas saudáveis de esportes e lazer com o objetivo de
afastar jovens do vício. Crítico de setores de Direitos Humanos que na maioria
das vazes se preocupam mais com pessoas que estão presas por terem praticado
crimes do que com suas vítimas e familiares. Está em sintonia com o interesse
público e faz a sua parte. Pena que a maioria não faça assim.
O despreparo de dona Dilma
Jovens saíram frustrados com o
despreparo da presidente durante a reunião e prometem ganhar as ruas com
protestos por uma pauta positiva para o país.
Após mais de duas horas de reunião com
a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, representantes do Movimento
Passe Livre
(MPL) tiveram frustrada a intenção de discutir mudanças no transporte público e
outras pautas para o país. Para Marcelo Hotimsky, que esteve na reunião, Dilma
é despreparada para discutir o tema e o governo “demonstrou uma incapacidade
muito grande” de entender o momento atual do país.
“Não foi mostrada nenhuma pauta
concreta, de fato, para modificar o transporte no país, que é muito precário”,
criticou Hotimsky, após o encontro com a presidente. Na conversa, conta o
representante, Dilma ressaltou que essa foi a primeira vez que um presidente do
país se reúne com movimentos sociais que discutem a melhoria do transporte. “O
despreparo ficou evidente quando nos falaram que precisam estudar o assunto e,
por isso, abriram esse canal de diálogo”, afirmou. O povo está na rua e esse
canal de diálogo não anula a continuidade dos protestos. A gente está se
somando aos protestos da agenda da esquerda essa semana e nas próximas, avisou
a jovem Mayara Vivian.
“Se tem dinheiro para construir
estádio para a Copa do Mundo, tem sim dinheiro para a tarifa zero e outras
políticas públicas. Mayara ressaltou ainda que Dilma apresentou proposições de
desonerar e aumentar o subsídio para a tarifa do transporte público, e que em
breve ela deve fazer algum anúncio sobre o assunto. “Mas a presidente estava
totalmente despreparada”.
Na próxima semana os jovens prometem
ganhar de novo as ruas nas principais cidades. Ao que parece a coisa vai
esquentar.
O grito das ruas II
Ao que
parece não é apenas a Câmara dos deputados que “acorda” para o grito das ruas. O
Senado aprovou na quarta-feira (26), em votação simbólica, um projeto de lei
que transforma a corrupção ativa e passiva em crime hediondo. Com isso, esse
delito passa a ser considerado tão grave quanto homicídio qualificado e estupro,
por exemplo. Na prática, as penas serão mais severas: de 2 a 12 anos passarão a
ser de 4 a 12 anos de prisão. O projeto também enquadra a prática de concussão
(recebimento de dinheiro indevido e obtenção de vantagens por servidor público)
como crime hediondo. A pena de 2 a 8 anos de prisão para este delito passará a
ser de 4 a 8 anos. A matéria “dormia” há mais de dois anos nas gavetas do
Senado Federal e de repente é aprovada em caráter de urgência. Muito pouco para
o que a sociedade indignada ainda tem a cobrar dos senhores senadores e
deputados.
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