terça-feira, 21 de julho de 2009

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Com aliados em ministérios e estatais, Sarney estende seus domínios às agências reguladoras

Os oposicionistas acreditam terem descoberto a razão pela qual o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), está tão ligado ao governo Lula e porque o PT anda tão desconfortável em apoiá-lo. Individualmente, dentro do PMDB, é atribuído a Sarney o posto de recordista em indicações para cargos estratégicos no Poder Executivo e estatais. Além dos já propalados Ministério de Minas e Energia, onde está o senador Edison Lobão (PMDB-MA), amigo e fiel colaborador de Sarney; e a Eletrobrás, presidida por José Muniz Lopes, Sarney conseguiu, sem alarde, estender seus domínios a, pelo menos, três agências reguladoras.A primeira incursão nas agências foi a nomeação do engenheiro Fernando Fialho para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em 2006. Em março de 2008, Fernando foi reconduzido ao cargo para um mandato de quatro anos. A agência tem orçamento de R$ 57,8 milhões para regular e supervisionar a exploração de serviços de transportes aquaviários e a exploração da infraestrurura portuária. Fernando é filho de Vicente Fialho, que, no governo Sarney, foi ministro da Irrigação e, depois, foi transferido para a pasta de Minas e Energia.O segundo posto em agência reguladora que o grupo de Sarney conquistou foi a nomeação de Emília Ribeiro para o conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Formada em direito, Emília chegou à Anatel, no ano passado, em meio à polêmica sobre a fusão da Oi com a Brasil Telecom. Ela foi assessora de Sarney na Presidência do Senado e, depois, de Renan Calheiros (PMDB-AL). Na época, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), disse que faltava à assessora conhecimento da área de telecomunicações para assumir a função.A última nomeação em que os oposicionistas veem o dedo do clã Sarney nas agências reguladoras foi a de Alan Kardec Dualibe, na Agência Nacional do Petróleo (ANP). Alan Kardec é genro do presidente da Fundaçâo Sarney, José Carlos Silva, advogado renomado no Maranhão. “A indicação foi do ministério e o presidente Sarney não teve a ver com ela”, rebate o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.AliadosAlém das agências, Sarney tem ainda grandes aliados no Banco da Amazônia (Basa). Lá estava, por exemplo, o ex-senador João Alberto Souza, na Diretoria de Gestão de Recursos. João Alberto voltou ao noticiário no meio da crise, quando foi apontado como um ex-parlamentar recordista na emissão de bilhetes aéreos pelo Senado. Ele só saiu do Basa porque assumiu a vice-governadoria do Maranhão, na chapa de Roseana Sarney (PMDB). No Basa, ainda atribuem a Sarney a nomeação do diretor de Controle e Risco, Evandro Bessa de Lima Filho, que presidiu o Banco do Estado do Maranhão.Na Eletrobrás, Sarney tem ainda o diretor Financeiro, Astrogildo Quental, que exerceu o cargo de secretário de Infraestrutura do Maranhão no governo de Edison Lobão, no início da década de 90. A lista de indicações do PMDB traz ainda na cota do presidente do Senado o vice-presidente de Logística da Caixa Econômica Federal (CEF), Sérgio Pinheiro Rodrigues.

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