Presidente deposto diz que general será responsável se ele morrer sua volta

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse nesta terça-feira na Nicarágua que deve voltar a seu país entre esta quarta e quinta-feira e disse que, caso seja morto, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas hondurenhas, general Romeo Vásquez, será o responsável, em um desafio ao presidente interino, Roberto Micheletti, e a um dos seus principais apoiadores do governo de fato do país.
Eu responsabilizo, por minha vida, por minha segurança, o general Romeo Vásquez", afirmou Zelaya em entrevista coletiva concedida na embaixada de Honduras em Manágua, citando o militar que esteve no centro de sua deposição no último dia 28. Dias antes de o Exército tirá-lo do poder e do país, Zelaya tinha destituído o general do comando do Estado Maior, por recusar-se a colaborar com homens para a consulta popular sobre mudanças constitucionais que ele promovia e que havia sido considerada ilegal pela Justiça, mas voltou atrás diante da reação da Suprema Corte, dos deputados e dos ministros militares.
Nas primeiras horas do dia marcado para a consulta, militares prenderam Zelaya e o expulsaram do país, com apoio da Suprema Corte e do Congresso, que o acusaram de infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país. Zelaya, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder e se apoia na rejeição internacional ao que é amplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político e logístico do presidente Venezuelano Hugo Chávez-- para desafiar a autoridade de Micheletti e retomar o poder.
Isolado internacionalmente, o presidente interino resiste à pressão externa para que Zelaya seja restituído e governa um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica-- unida em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência será entregue apenas ao presidente eleito em novembro --as eleições estavam marcadas antes da crise.
Nenhum comentário:
Postar um comentário