Para refletir: A
Assembleia Legislativa de Alagoas nunca foi a “Casa do Povo”. Muito pelo contrário , ali as práticas sempre foram contrárias ao legal
, ao moral e o interesse público”.
Uma Assembleia Divina
Este
“capeta” tem nome: deputado João Henrique Caldas, um jovem de primeiro mandato
que inconformado com o odor dos intestinos putrefatos daquele poder decidiu tal
qual um “Dom Quixote” da modernidade,
sem o seu Sancho Pança e o cavalo Rocinante atacar o mal com todas as suas
forças e os argumentos de provas incontestes
que escancaram os cofres mutilados da Assembleia Legislativa, não
surpreendendo, mas chocando a sociedade alagoana.
Na história de Cervantes Dom Quixote era considerado um demente,
um louco, que via nos moinhos, verdadeiros dragões os quais precisava vencer.
Sua filosofia de vida era a de destruir o mal e defender os mais fracos. Em
verdade sua contribuição de vida é o da boa loucura, da vontade ilimitada em
fazer o bem, sem olhar a quem.
E assim é considerado por alguns o parlamentar que
sozinho, sem apoio institucional, sem apoio político teve a coragem de
enfrentar o poderio de muitos e
desvendar por vias judiciais os mistérios não tão misteriosos que há
anos e muitas legislaturas corroem não epanas o erário, mas também a moral do
poder Legislativo.
As acusações do deputado
Com demonstrativos bancários, coneguidos graças a
determinação judicial, o deputado JHC veio a público com denúncias de efeito
devastador deixanbdo evidente a má versação do dinheiro público por membros da
Mesa Diretora da Assembléia beneficiando a maioria dos parlamentares,
familiares e apadrinhados políticos. Repito que o fato não foi surpreendente,
pois todos sabiam ou pelo menos desconfiavam que algo de errado deveria estar
acontecendo com o dinheiro destinado à manutenção das atividades legislativas
através de um gordo e absurdo duodécimo.
O corajoso deputado viu e agiu quando os que tinham
obrigação da fazê-lo nunca o fizeram. Onde estavam o Tribunal de Contas do
Estado, o Ministério Público, a Receita Federal, O Ministério Público de Contas
e todos os que deveriam cuidar e proteger com rigor o Controle Externo? Missão
que lhes é conferida pela Constituição.
E o nosso Dom Quixote teve que em uma estafante e
perigosa jornada de cidadania buscar provas, reunir documentos, argumentar
pontos de uma denúncia bem fundamentada. Depois, já que aqueles que deveriam
não se manifestaram em seu apoio iniciou uma perigrinação levando ao Ministério
Público, Judiciário, Receita Federal,
Polícia Federal, Tribunal de Contas e MP de Contas e abrindo para a imprensa a
farta documentação que comprova que “há algo no ar além dos aviões de
carreira”.
Pirão com muita mexida
Ao receberem as graves denúncias os que as recepcionaram
se mostraram alarmados com o tamanho da gravidade. Alguns se manifestaram de
pronto, outros preferiram calar, talvez até por vergonha de alguém ter feito o
papel que lhes cabia. Agora todos estão munidos das provas e das avidencias dos
supostos crimes cometidos na Assembleia. Quem será o primeiro a se manifestar?
Ou melhor: alguém vai se manifestar? Alguns criaram comissão para analisar a
documentação, outros passaram o caso para o “relator”, e houveram os que prometeram “ agilidade na apuração”. Quem
acredita nisso? Talvez nosso “herói de
La Mancha” em sua loucura sagrada acredite. Mas o povo, esse com certeza não
confia.
A culpa é da Caixa
O ilustre presidente da Assembléia Legislativa, deputado
Fernando Toledo, acuado com as denúncias não teve dúvidas: “ A culpa é da Caixa
Econômica por erros nas transferências. São lançamentos indevidos e depois
estornam das contas. Todas as informações são legais e dentro dos limites
constitucionais”. Será que imagina que somos todos idiotas para a acreditar
nessa conversa mal contada. Ele deve acreditar em sua “verdade”, mas nós?
CPI:
Raposa investiga galinhas
Certamente com o intuito de tirar de foco as graves denúncias contra a
Mesa Diretora da Assembleia o “assíduo e atuante” deputado Olavo Calheiros sugeriu a criação de uma CPI para apurar o
caso. O fato não é cômico, mas é trágico. Seria mais ou menos assim: uma
comissão de deputados com o objetivo de apurar seus próprios erros, expor as
vísceras de cada um , denunciar os culpados e mostrar a todos nós a “verdadeira
história do desvio de milhões dos cofres públicos”. Para quem acredita em Papai Noel, Fadas e
Duendes, uma história de muito encanto. Para quem conhece a Assembleia e seus
integrantes uma proposta atrevida e provocativa.
O
deputado Jeferson Morais outro “arauto da moralidade pública” quando deveria
estar ao lado de seu colega e envergonhado pela exposição ironizou o autor das
denúncias insinuando que este “entendia de mídia”. Denunciar falcatruas
deputado não é buscar aparecer, mas sim defender a dignidade e o interesse público, que talvez desconheça.
Se a mídia dedica espaço ao deputado JHC é porque como a sociedade está
indignada e a exigir apuração rigorosa dos fatos. Sem saber o que estava
falando acrescentou Moraes: “Duvido que
a Assembleia tenha fiscalizado qualquer órgão público deste estado. E o nosso
papel de fiscalizador”. Um tiro no próprio pé.
Tudo especulação
Na
visão equivocada de outro parlamentar, Marcelo Victor “ tudo não passa de
especulações veiculadas pela imprensa”. Das duas uma: enlouqueceu ou quer nos
fazer de ótarios. Desdenhou das denúncias e menosprezou a inteligência de
quantos se indignaram com as fartas e robustas provas das trapalhadas financeiras
que vêm sendo cometidas.

Minha conclusão dos fatos
Para Jean-Jacques Rosseau,
conhecido filósofo suíço e teórico político, todo homem nasce bom, mas o meio o
corrompe. Já outros filósofos como Maquiavel, Moore e Hobes defendiam que todo
o ser humano é mau por natureza e é preciso domesticá-lo, impor-lhe a lei e
sujeitá-lo a penalidades.
E agora? Mudamos o meio ou as
leis? Por ora, já que ninguém ainda encontrou uma solução, prefiro pensar que
nem todo o político é corrupto ou de alguma forma desonesto. Só não achei ainda
um que pudesse me provar isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário