Para refletir: Política é a arte de arrancar dinheiro dos ricos e votos dos
pobres, com o pretexto de protegê-los uns dos outros.
Em Roma com “Pão e Circo”
As ações
de alguns políticos e administradores me levaram a fazer uma reflexão sobre o
momento que vivemos e a falta de compromisso desses agentes com o interesse
público e ainda com a passividade e o distanciamento da sociedade dos reais
problemas que a afligem, assistindo a todo esse descaso, porém sem reclamar,
protestar e acusar os responsáveis.
A
política do Pão e Circo (panem et circenses, no
original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes
romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à
ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira do
humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu
contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não
tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o
alimento e o divertimento.
Esses
ingredientes, em qualquer sociedade são perfeitos para detonarem
revoltas sociais de grandes dimensões. Para evitar isso, os imperadores optaram
por uma solução paliativa, que envolvia a distribuição de cereais, e a promoção
de vários eventos para entreter e distrair o povo dos problemas mais sérios na
fundação da sociedade romana.
Assim,
nos tempos de crise as autoridades acalmavam o povo com a construção de enormes
arenas, nas quais realizavam sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores,
animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas,
espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. Outro
costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no Pórtico de
Minucius. Basicamente, estes "presentes" ao povo romano garantia que
a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal
prática era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e
apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais humildes ficava
consolidada.
Tal
qual Roma aqui eles repetem
Tal
qual em Roma vejo hoje muitos de nossos administradores totalmente
desconectados dos princípios da moralidade, da legalidade e da eficiência e por
conta disso buscando enganar a todos com a
política de “pão e circo”.
Passado
o primeiro ano de governo muitos prefeitos ainda não conseguiram ou não quiseram por em prática os
compromissos assumidos em campanha e pelo menos suas obrigações de oferecer o
básico à dignidade humana: saúde, e educação . Alguns continuam “ culpando o
passado” sem viver o presente e planejar o futuro, outros reclamam da falta de
recursos e passeiam em carrões de luxo e dão demonstrações de repentino
enriquecimento pessoal e de seus familiares.
Foi
mais um ano de sofrimento e penúria para os que mais precisam. As escolas
continuam em estado precário e o ensino acompanha o mesmo quadro, nos Postos de
Saúde o que mais falta é a própria “saúde”, que vai matando aos poucos pela
falta de atendimento, de medicamentos e de uma atenção digna. É assim na
capital, é assim na maioria das cidades do interior. O cidadão comum é tratado
com desprezo e as promessas de campanha que os levaram ao “pódio” são mandadas
às favas, pois o povo tem memória curta e certamente repetirá seus equívocos
nas próximas eleições.
Falta
dinheiro para a educação e a saúde da população, mas sobra dinheiro para festas
durante todo ano: carnaval, aniversário da cidade, São João e já se anuncia
animado réveillon e alguns até achando pouco farão quatro anunciando
irresponsavelmente; “Não tem cabimento as festas se
adensarem em um único ponto. Vamos levar palcos para shows em quatro bairros”. E
o mais grave: Já há o anúncio para começar o ano com a “folia” (Festival de
Verão em janeiro e Fevereiro). Em um país de respeito iriam pagar de seus bolsos o dinheiro aplicado irresponsavelmente.
Mas aqui eles continuarão praticando a política imoral do “pão e circo”, para
enganar os tolos com as promessas que não cumpriram, as obras que não fizeram a responsabilidade
que não tiveram.
Palmeira
do bem
A cidade está em cenário de destruição, não há um setor de serviço
público que esteja funcionando regularmente, a população está indignada com o
estado vegetativo de Palmeira dos
Índios, outrora um dos mais desenvolvidos
entre os municípios alagoanos.
Mas nem
tudo é desgraça para o palmeirense. Mais uma vez duas jovens estudantes são
reconhecidas nacionalmente como “ jovens inventores” por descobrir a solução para uma praga em
hortaliças especialmente o couve. Luana e Luciana foram mostradas em rede
nacional em um programa de televisão a exemplo de outras duas jovens também de
Palmeira que na semana anterior tiveram a mesma exposição ao apresentarem outra
invenção: tijolos feitos com bagaço de cana. Todas as jovens são estudantes do
IFAL de Palmeira dos Índios.
A
“austeridade” de Renan
Em rede de televisão o presidente do
Congresso Nacional, Renan Calheiros, fez um pronunciamento no qual dizia que “
a austeridade do Senado mostrou que é possível fazer mais com menos, isso sem
comprometer o funcionamento da Casa”. Ao mesmo tempo também dava uma
demonstração aos brasileiros de “como
viajar mais com menos“, ao usar indevidamente um jato da FAB para cuidar de sua
“careca” e “ retocar as bolsinhas de seus verdes olhos em Recife. Tudo bem que
cuide de seu visual e procure ganhar mais cabelos, mas não à custa do dinheiro
público. Prometeu devolver o dinheiro ao ser descoberto em mais uma peripécia.
Quero ver a guia de recolhimento, pois a primeira referente a sua “viagem de
serviço” para um casamento na Bahia ainda não vi.
Agora falar em austeridade não acham
que o mesmo que “ falar em corda em casa de enforcado”?
Prevenir
para preservar
A Câmara analisa o Projeto de Lei do deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), que
obriga estabelecimentos de ensino a terem plano de evacuação em situações de
risco.
De acordo
com a proposta, deverão ser avaliados os sistemas de emergência disponíveis, as
características físicas do estabelecimento e como professores alunos e
funcionários responderão à situação de risco.
O plano
de evacuação deverá prever a indicação do funcionário responsável; as ações de
cada um quando soar o alarme; a planta do local, com extintores e portas de
emergência; e os procedimentos específicos para evacuar crianças e pessoas com
necessidades especiais.
“Eclodida
uma situação de risco ou na sua iminência, estarão dadas todas as condições
necessárias para prevenir o pânico e permitir a mais rápida e segura evacuação
do local”, ressalta Bornier. Ele lembra que o número de vítimas no incêndio da
boate Kiss, em Santa Maria (RS), poderia ter sido bem menor se houvesse
melhores condições de evacuação no local. O incêndio, em janeiro, matou 241
vítimas.
Os políticos e as fortunas
Para
escrever "Partido da Terra: Como os Políticos Conquistam o
Território Brasileiro", o jornalista Alceu Luís Castilho
dedicou três anos à pesquisa de aproximadamente 13 mil declarações de bens de
políticos eleitos entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A investigação
concluiu que os donos do poder são também os grandes proprietários de terra.O
número comprovado desses bens --que pode ser maior que o declarado-- coloca 2
milhões de hectares nas mãos de políticos em mandatos municipais, estaduais e
federais.
Mesmo entre
esses latifundiários --alguns dignos de uma capitania hereditária--, existe uma
distribuição desigual: 31 políticos possuem 20 mil hectares. Alguns são
acusados de usar trabalho escravo e/ou de serem responsáveis por desmatamento.
Essa
elite é afiliada a diferentes partidos políticos e de todo o país. Porém, PMDB,
PSDB e PR são os que lideram o ranking. "Alguém se surpreenderá que os
filhos da Arena possuem menos terras que os filhos do MDB?", questiona
Castilho sobre o crescimento da "esquerda latifundiária".
Entre os
políticos eleitos no último pleito, os senadores são os maiores proprietários
rurais do país. "A média de hectares por senador impressiona; são quase
mil hectares (973) para cada um. Precisaríamos de vários planetas para que cada
brasileiro possuísse a mesma quantidade de terras", explica.
Também publicado no Jornal Extra, Jornal Tribuna do Sertão, Site Tribuna do Agreste, Site Tribuna do Sertão.
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