Para
refletir: “Falo pelos que
não falam...grito pelas bocas mudas...estou além da mortalha , da mentira e da
mordaça” ( Ledo Ivo).
Terminou o ano e também o primeiro
de administração de mais de cinco mil prefeitos brasileiros. Se for feito um
balanço dos resultados positivos da maioria, vamos nos deparar com um
verdadeiro desastre. No somatório vamos encontrar de tudo: incompetência,
irresponsabilidade, descaso com o interesse público e também muita
desonestidade. Se há algum que não se enquadre em pelo menos um dos índices
citados confesso que não conheço.
Eleição é
sempre a mesma coisa, independente da cidade. Centenas de candidatos fazendo de
tudo para ganhar os votos dos eleitores. Prometer faz parte das propostas
eleitorais desses candidatos, mas como avaliar quais promessas são viáveis à
execução e quais são apenas formas de encantar o eleitor?
Não é
novidade que o povo está cansado de ouvir promessas. Porém, é de suma
importância que nós, eleitores, tenhamos a mínima noção do que está sendo
proposto e do que realmente é verdade o que aquele candidato está falando.
Trocando
em miúdos, durante as campanhas, inúmeros candidatos prometem que irão fazer
coisas, que se cada um deles conhecesse um pouco das suas futuras atribuições,
existiria a possibilidade de não iludir os eleitores com promessas impossíveis
de cumprir.
E o pior
que ao assumir e não cumprir tratam de por a culpa na “herança maldita”, que se
perpetua meses e chegam a fazer aniversário, como pano de fundo da incompetência
e da falta de eficiência para faze-lo. O maior responsável por isto são as
negociatas partidárias e as escolhas equivocadas de pessoas que até ajudaram a
eleger, mas que por serem incompetentes
o que fazem mais é atrapalhar.
E quando
questionamos o porquê os políticos brasileiros não cumprem suas promessas de
campanha, a resposta é simples: por mais boa vontade que os eleitos tenham,
prometem coisas impossíveis de cumprir, ou seja, é inviável, prometer aquilo
que não vai acontecer, por exemplo, a construção de hospitais, obras
necessárias mas de custos elevados,
qualidade na Educação e bom atendimento na Saúde. Quando assumem chegam a
piorar os índices de avaliação escolar e alguns deixam até que faltem
receituários para prescrever os medicamentos que também não existem.
Há uma
PEC em tramitação no Congresso Nacional pela qual o Poder Executivo (nas
esferas municipal, estadual e federal) será obrigado a elaborar e cumprir um
plano de metas com base nas propostas da campanha eleitoral, que sendo aprovada
poderá trazer consequências para esse bando de enganadores.. A matéria, mas
conhecida como PEC da Responsabilidade Eleitoral, também prevê a
inelegibilidade, por oito anos, para quem descumprir a determinação sem justa
causa.
Atualmente,
as campanhas eleitorais são pautadas pelos marqueteiros. Que elaboram propostas
de sonhos, quando deveriam se basear no orçamento que aquele candidato terá
para executar o que foi prometido.
O
objetivo principal da PEC é o de qualificar as discussões em período eleitoral. Na maioria das vezes os candidatos fazem
promessas fantasiosas. São propostas que não se convertem em realidade, pois
não passam de mera ficção para enganar os bestas dos eleitores.
As redes sociais
comentaram, mas a imprensa local esqueceu de abordar um fato curioso na
derrubada do veto do prefeito de Maceió ao aumento do duodécimo da Câmara de
Vereadores. Pareceu-me muito estranho o encaminhamento dado pelo líder do
governo, vereador Eduardo Canuto, em apoio à derrubada do veto, enquanto que a
combativa e ética vereadora Heloisa Helena (integrante da oposição) se
posicionava contraria a manutenção do imoral e escabroso aumento pretendido
pela maioria dos vereadores. Se é ilegal, se fere os princípios morais, cabe ao
prefeito fazer valer o respeito à coisa pública e recorrer ao Judiciário. Não o
fazendo vai ficar no ar um cenário de completa desconfiança.
Quando o ano começar
Passado o “Pão e
Circo” de réveillon, quando passar a farra dos festivais de verão, o carnaval
com a volta do “pão e circo fantasiado”, será que o ano vai começar? Vai coisa
nenhuma, porque ai já se começa a pensar no São João e seus “arraiás” e lá vem
o Natal para se pensar e novo réveillon e pipocar de fogos queimando o nosso
suado e sacrificado dinheirinho arrecadado via impostos e taxas abusivas. Tudo isso para substituir escola de qualidade,
saúde digna para o pobre e respeito à coisa pública. Entra ano e sai ano e eles
não aprendem absolutamente nada. Parece que foram feitos todos na mesma forma.
Renan
devolveu, mas errou
O
presidente do Senado, Renan Calheiros, divulgou no decorrer desta semana uma
nota à imprensa acerca da devolução aos cofres públicos de quantia referente ao
uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). Segue a nota:
O
presidente do Senado, Renan Calheiros, recolheu aos cofres públicos, nesta
segunda-feira (30), a quantia de R$ 27.390,25. O valor se refere ao uso da
aeronave em 18 de dezembro entre as cidades de Brasília e Recife e foi
calculado pela Força Aérea Brasileira (FAB). O pagamento foi feito via Guia de
Recolhimento da União (GRU).
A devolução não o redime do erro cometido, porém
como duvidei que ele devolvesse tenho a obrigação ética de publicar o fato.
Resolve, mas não
muito
A preocupação com o abuso do poder
econômico nas campanhas eleitorais, assunto atualmente discutido inclusive pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), vem inspirando iniciativas legislativas no
Congresso. Em resposta ao problema, projeto do senador Jorge Viana (PT-AC), que
já se encontra pronto para votação na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ), fixa limites de gastos para os candidatos com base nas
despesas realizadas na eleição imediatamente anterior ao da vigência da lei.
Para os cargos de presidente da
República, governador de estado e do Distrito Federal, prefeito e senador, como
previsto na proposta o teto corresponderá à média dos gastos declarados na
prestação de contas dos dois candidatos mais votados na correspondente
circunscrição eleitoral.
Um deputado federal terá como limite a
média dos gastos declarados na prestação de contas dos candidatos eleitos para
a Câmara dos Deputados na correspondente unidade da Federação. Cada deputado
estadual e vereador, por sua vez, ficariam autorizados a empregar recursos
correspondentes à média dos gastos declarados pelos candidatos eleitos para a
correspondente Casa Legislativa.
Resta uma pergunta: e os gastos “por
baixo dos panos”? Estes ninguém pode controlar e são os mais perversos e
imorais.
Eles erram, o povo paga
Um
presente de fim de ano para a população. A partir do dia 06 de janeiro, a linha
de ônibus Salvador Lyra/Ponta Verde/Via Expressa (602-A), operada pelas
empresas Cidade de Maceió LTDA e Auto Aviação Nossa Senhora da Piedade, será
suspensa.
A ordem
foi do Tribunal de Justiça de Alagoas através do desembargador James Magalhães.
Segundo entendimento do magistrado, a criação da linha, em dezembro de 2012,
não passou pelo processo de licitatório necessário.
É de se acreditar que faltou ao
desembargador tempo suficiente para julgar o processo, muito embora nada tenha
de complicado. Faltou tempo também para ler melhor a legislação pertinente e
saber que o interesse público está acima de tudo. Por que simplesmente não
punir os infratores, os irresponsáveis que deixaram de proceder a licitação?
Mas é assim para a Justiça e é assim na vida: sobra sempre para o mais fraco.
Feliz Ano Novo...é
possível?
Com a chegada de 2014 aproveito a
oportunidade para desejar aos meus queridos leitores um ano melhor, com mais
justiça social, mais responsabilidades dos governantes e mais respeito ao povo
pelos políticos, esses que nos envergonham e fazem do Brasil o país da
corrupção.
Se Deus permitir continuarei aqui
nesta minha trincheira de luta, enaltecendo os bons de coração e os que
promovem a cidadania e a justiça , perseguindo implacavelmente os corruptos, os
maus, os criminosos da dignidade e da dor daqueles que mais precisam. Nós
podemos sim fazer um ano melhor, basta querer fazer.
Faço da minha atividade de jornalista
um sacerdócio, como sempre o fiz. E sigo as lições do nosso poeta Lêdo Ivo: “Falo
pelos que não falam... grito pelas bocas mudas... estou além da mortalha, da
mentira e da mordaça”.
Feliz
Ano Novo.
Publicado também no Jornal Extra, Jornal Tribuna do Sertão, Site Tribuna do Agreste, Site Tribuna do Sertão.

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