Para refletir:
“Não existe opinião pública, existe opinião
publicada”. (Winston Churchill).
Privatizar e desestatizar

A primeira e despretensiosa pesquisa mostra que existem, atualmente, perto
de 150 empresas estatais no âmbito federal. É ou não uma quantidade de causar
perplexidade?
A expressão "empresa estatal" já abriga,
por si só, um conflito, uma contradição, uma incoerência, porque se quisermos
falar de uma empresa de verdade, definida — de acordo com a concepção da Escola
Austríaca — como a aglutinação de fatores de produção com o fim de executar uma
dada atividade empreendedora, ela não pode ser estatal.
E, se considerarmos uma organização econômica
constituída pelo estado para explorar a mesma atividade, essa organização pode
ser qualquer outra coisa, mas nunca será uma empresa.
Mais: uma empresa ser gerida pelo governo significa
que ela opera sem precisar se sujeitar ao mecanismo de lucros e
prejuízos.
Todos os déficits operacionais, serão cobertos pelo tesouro que vai utilizar o dinheiro
confiscado via impostos dos desafortunados cidadãos. Uma estatal não precisa de
incentivos, pois não sofre concorrência financeira — seus fundos, oriundos do
Tesouro, em tese são infinitos.
Por que se esforçar para ser eficiente se você sabe
que, se algo der errado, o Tesouro irá fazer aportes?
Como mostram os esquemas de propinas em licitações,
estatais não operam de acordo com os sinais de preços emitidos pelo
mercado. Elas não operam segundo a lógica do sistema de lucros e
prejuízos. Se uma empresa genuinamente privada se dispusesse a pagar um
preço mais alto que o de mercado para contratar empreiteiras para fazer obras,
seu capital (patrimônio líquido) seria destruído, seus acionistas se desfariam
de suas ações, o valor de mercado da empresa despencaria e, na melhor das
hipóteses, ela teria de ser vendida para outros controladores "a preço de
banana".
As dificuldades
Por que, então, é tão difícil privatizar empresas
do estado? Não há necessidade de coçarmos a cabeça antes de responder.
Primeiro, porque empresas estatais representam uma
porta permanentemente aberta para políticos indicarem protegidos para ocuparem
cargos em sua direção, como atesta a velha tradição patrimonialista.
Apenas pense: por que os políticos disputam
acirradamente o comando das estatais? Por que políticos reivindicam a
diretoria de operações de uma estatal?
Simples: é nas estatais que está o butim. As
obras contratadas por estatais são mais vultosas do que obras contratadas por
ministérios. O dinheiro de uma estatal é muito mais farto. E,
quanto mais farto, maior a facilidade para se fazer "pequenos"
desvios.
Quando políticos e sindicalistas gritam "o
petróleo é nosso", "o minério de ferro é nosso", "a
telefonia é nossa", "a Caixa é nossa", saiba que eles estão
sendo particularmente honestos: aquele pronome possessivo "nosso" se
refere exclusivamente a "eles", os únicos que ganham com todo esse
arranjo.
No mais, como dizia Roberto Campos em suas sempre
fundamentadas críticas à Petrobras, "soberania é ter a panela
cheia" — e, no caso do petróleo, é tanque cheio com combustível
de qualidade a preço de mercado. Quanto à "exploração", é fácil
perceber que os verdadeiros explorados, no caso da Petrobras, têm sido os
consumidores brasileiros.
Não basta privatizar é
necessário também desestatizar.
A privatização, por si só, já é um avanço.
Mas pequeno. Pouco efeito terá caso a empresa privatizada continue
operando dentro de um mercado protegido pelo governo, no qual não há liberdade
de entrada para novos concorrentes. Sob esse arranjo, a empresa
continuará sendo ineficiente.
Por isso, ainda mais importante que privatizar,
é desestatizar: ou seja, retirar do estado seu poder de controlar
um mercado, escolhendo quem pode e quem não pode entrar nele.
Por que não será feito
Mas, infelizmente, há uma diferença clara entre o
que é possível e o que seria de fato necessário — ou seja, entre aquilo que os
obscuros meandros políticos permitirem privatizar e a simples e sumária
privatização de estatais das três esferas de governo, sem alarde, sem leilões e
seus martelos, e sem qualquer tipo de favorecimento, os quais caracterizam o
capitalismo de compadres que infecta nossas instituições.
Impossível deixar de levar em conta que a lógica
econômica e a lógica política são naturalmente diferentes. Na economia,
os objetivos são a procura pelo lucro e pela maior satisfação; na política, a
busca pelo poder — ou por mais poder.
Convenhamos ser muito difícil encontrarmos pessoas
assim tão altruístas no mundo político.
Comício no Pinheiro
Quem passava pelo local imaginava que estava
havendo um comício eleitoral no bairro de Pinheiro. Em cima de um caminhão
políticos e membros do Ministério Público bradavam discursos inflamados, alguns
até emocionados, prometendo ação para resolver o gravíssimo problema que ameaça
o bairro, à beira de uma catástrofe. Um mais exaltado prometeu “interdição dos
serviços da Braskem enquanto não se tiver um laudo conclusivo da situação”. Um
absurdo se aproveitar de um momento de vulnerabilidade das pessoas com atos de
pura demagogia e pautas eleitoreiras.
Proposta indecente
O coordenador de Defesa Civil de Alagoas, tenente
coronel Moisés Ferreira de Melo perdeu uma boa oportunidade de ficar calado ao
pronunciar uma infeliz declaração diante da situação de moradores do Pinheiro
que se veem ameaçados de perder suas casas:
"Solicitamos que a
população que reside nas áreas de risco saia das residências, vá para casa de
praia ou qualquer outro local". Se quis fazer piada
em momento tão crítico , não teve a menor graça.
Qual a causa real?
Sobre os tremores e problemas geológicos que causam
danos graves ao bairro do Pinheiro e fizeram mais de 500 famílias abandonarem
seus imóveis com medo de problemas mais graves, o diretor-geral substituto da
ANM, Tarço Mendonça, disse que os técnicos trabalham com base em quatro
hipóteses: exploração nas minas de sal-gema da Braskem, esvaziamento do
aquífero da cidade por exploração desordenada em sistema de poços, vazamento na
rede de saneamento e abastecimento de água no bairro; e o somatório de causas
geológicas que teriam começado na década de 70 com a ocupação urbana daquele
bairro.
O problema é que se tem conversado demais e nenhuma
informação segura é passada aos moradores da região do Pinheiro que estão
aflitos e temendo por seus imóveis e suas famílias.
CONTA GOTAS
OPOSIÇÃO irresponsável não perdoa e aposta em um
país pior. Esquecem os erros que cometeram e até os bilhões que assaltaram.
GOVERNADORES do Nordeste se unem à esquerda
marginal também apostando na derrota do governo. Vão quebrar as caras cínicas e
eleitoreiras.
O BRASIL COMEÇA A DAR CERTO , mas tem muita gente querendo tumultuar, apostando no quanto pior melhor. Bando de calhordas não admitem a execração nacional que sofreram.
pedrojornalista@uol.com.br
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